QUEM NUNCA?
É, parece que a moda pegou. Em 2015 aconteceu com o concurso Miss Universo. Depois de coroar a representante da Colômbia, o apresentador do concurso voltou ao palco para anunciar que a vencedora era, na verdade, a filipina Pia Wurtzbach. Constrangimento geral.
Agora, na cerimônia do Oscar/2017, o filme LA LA LAND foi o grande vencedor por fugazes três minutos, tempo suficiente para toda a equipe subir ao palco e receber a estatueta, com os agradecimentos de praxe (qualquer coisa equivalente ao nosso “ao meu pai, aos meus filhos e ao prefeito mais honesto deste país”). Até que alguém resolveu abrir o envelope correto, que reservava o trono de melhor filme para... MOONLIGHT. Constrangimento geral.
Mas, quem nunca cometeu uma gafe na vida? Eu mesmo, quando estudante no Colégio Municipal, preocupado com as provas de fim de ano, dei parabéns a uma colega cujo pai havia falecido. Na minha cabeça - cheia de equações, logaritmos e elementos químicos – as expressões parabéns e pêsames, embora antagônicas, tinham o mesmo componente emocional e fiz confusão na hora de abrir a boca. Espero que ela, cinquenta anos depois, já tenha me perdoado.
Hoje em dia, eu e os colegas da Faculdade, já de cabelos brancos (quem ainda os tem), nos encontramos com certa regularidade para celebrar a vida e contar umas mentiras inocentes. Aí, as gafes são mais leves e perdoáveis. Ora você troca o nome do amigo ao relembrar um episódio dos velhos tempos, ora você acerta o nome mas troca o episódio. Ou aquela história nunca aconteceu. E tudo acaba em mais uma rodada de cerveja. Quem nunca...principalmente nesta idade?
Entre quatro paredes também se cometem gafes constrangedoras, como aconteceu na China, na província de Guangxi, onde uma noiva se confundiu e fez sexo com um dos padrinhos na manhã seguinte ao casamento, pensando tratar-se do marido. Ela se levantou do leito conjugal para ir ao banheiro e, na volta, desnorteada, errou o caminho e acabou deitando e rolando na cama do padrinho, que não cometeu a indelicadeza de expulsá-la do quarto e terminou a lua de mel que o outro havia começado.
Da China eu volto para o Oscar/2017, onde foi cometido outro deslize que não tem nada de engraçado. No quadro que presta homenagem póstuma aos personagens que contribuíram para a arte cinematográfica, foi incluída a foto da produtora Jan Chapman. Ela teve de levantar a voz para informar que está “vivíssima da silva” e não pretende morrer tão cedo.
Eu também não. Por isso, quando chegar a minha vez, mesmo depois de o médico entregar à viúva meu atestado de óbito, eu, por via das dúvidas, só vou acreditar depois que São Pedro chamar meu nome, com CPF e certidão de nascimento em Queluzito.
Quem nunca...teve seu nome trocado em alguma passagem da vida?