CARNE DE JEGUE VELHO
     Esta rimos a bessa. Comentando sobre políticos, falei para meu genro que o Tiririca tomou gosto pela política, até agora não vimos no nome dele envolvido e nada de escândalos, e que ninguém pode chamar mais ele de analfabeto, pois uma das coisa que ele mais fez foi estudar e aprender. Que muitas vezes as pessoas subestimam a inteligencia de outro ser, humano, que muitos não tiveram é oportunidade, e blá, blá, blá...
Contei que votei nele sim, blá, blá, blá...
Então meu genro disse para mim:
_ Norma, o Tiririca acostumou é a comer filé de carne boa, macia...
Eu disse para ele rindo, quase sem pensar...
_Então ele antes comia era carne de jegue velho?
Foi risada que não acabava mais, ele falou...
_Se fosse em Minas era carne de cavalo velho. (sou mineira), sou brasileira, não falei de jegue com ofensa, o jegue é o único animal que aguenta o tranco da seca.
E fomos citando as carnes duras que há pelos açougues.
Depois que ele foram embora fiquei pensando, quando a gente era pobre, e meu pai tinha oito filhos pequenos, um de cada ano, nem carne de jegue velho a gente tinha para comer. Mal, e bem mal, um galo velho e duro de vez em quando, pois os frangos e ovos, a mamãe vendia para comprar tecidos para fazer alguma roupinha para nós, ou sabão para lavar roupa ou soda para fazer aqueles sabão preto bem fedidos.
     A vida muda tanto, hoje só queremos carnes boas também. A vida há cinquenta anos atrás era difícil demais...Hoje há mais conforto e facilidade e até mais empregos, na roça só temos o tempo a nosso favor, ou seca para passarmos até fome
Norma Aparecida Silveira Moraes
Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 27/02/2017
Reeditado em 27/02/2017
Código do texto: T5925631
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