Nos últimos anos tenho evitado o contato com a televisão e tudo o que ela me oferece, contudo, por força da vida, por ser funcionária pública de um estado falido num período de crise generalizada, senti-me obrigada a me integrar com o dia a dia político-econômico, mas leio as notícias em, pelo menos, duas ou três fontes, não aceito televisão; rádio então, nem pensar!
     Mas, infelizmente, sou obrigada a ouvir o rádio no carro enquanto meu marido dirige. Fico horrorizada como certos radialistas ganham salários para falarem tantas improbidades, traduzindo, abobrinhas, melhor dizendo, asneiras mesmo; transmitindo seus pontos de vista mal formados para uma população com formação cultural que a deixa vulnerável a qualquer discurso de alguém em um lugar de poder, e o rádio é um lugar de poder, para depois ficarem patinando no senso comum discutindo bravamente aspectos políticos do tempo da invenção da roda como se fossem lançar foguetes a baixo custo para um novo planeta Terra.
     Como se não bastasse, já que não assisto aos conteúdos de entretenimento ou de telejornalismo, eventualmente, assisto a filmes, afinal, o que tem demais? Permiti-me assistir a um filme bíblico que recentemente fez muito sucesso no Brasil, estava sendo transmitido via canal pago. Sentamos eu e meu marido para assisti-lo, já tínhamos perdido uns vinte e poucos minutos, mas tudo bem. O filme estava muito bem filmado, bem dramatizado...  Até que bem manipulado, ops, manipulador. A história bíblica na íntegra mesmo eu não conheço, mas conheço a história por detrás da bíblia, mas a história no filme ficou ainda mais influente e evangelizadora: A guerra de Deus de Israel contra o Egito (o Faraó escravizador, a cultura e a religião), enquanto a guerra era contra o Faraó, tudo bem, afinal o objetivo era libertar os hebreus, mas quando resolveram tocar nos egípcios, induzi-los a abandonar sua cultura e religião para seguir o Deus único de Israel, eu não gostei. Doeu profundamente ver as mulheres tirando as maquiagens egípcias, desmanchando os cabelos, trocando as roupas etc., isso é violência cultural!
     Eu simplesmente fiquei ofendida, isso é marca da intolerância religiosa, só um povo tem a verdade e a salvação, todo o mais não é bom o bastante? Quem tem a verdade? Quem se autoproclama Deus único? O Faraó nunca foi deus, como foi dito em um certo momento do filme, ele impunha muito respeito, era um déspota como todos os reis e imperadores, sua descendência era considerada divina; ops, tem uma família de Belém que também tem descendência divina e que tinha missão de resgatar o poder dos romanos para devolver aos judeus... Pior que isso só mesmo o Povo de Santo voltando no PSDC!
     Tudo é manipulação! Veja só, ou melhor, se não viu, nem veja, tem coisa melhor para ver. E os 50 tons? Não importa o que os liberais do sexo acham. O que importa é a mensagem que é transmitida às mulheres para consentirem a violência no sexo pois ela é recompensadora. E como tem mulheres delirando no tal Sr.Grey! Nossa, isso deve ser porque perderam a referência do que é Amor e como se ama, do que é carinho, do que é fazer amor.  
     Todos os governos sempre usaram a mídia para manipular seus povos a acreditarem em suas formas de governar, mas nos meus 32 anos nunca vi algo igual. Este governo pagou youtubers para induzir os jovens a acreditar no novo Ensino Médio; são propagandas constantes na televisão e na internet tentando induzir os jovens a acreditar que tudo é para melhorar para eles...  Quando na verdade, tudo só vai prejudicá-los. Já tem cenas rolando nas novelas de idosos trabalhando... A televisão só serve para lhe moldar a visão! E já cantavam os meninos do Titãs em 1985 “É que a televisão me deixou burro, muito burro demais. E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais”.  
     Agora, outra. Ontem, foi o fim da crença de que há salvação naquele que crê na televisão quando ouvi no fim da sabatina do senhor Moraes: “realmente ele tem muito conhecimento, sabe do que está falando e é favor da Lava Jato, das prisões e tudo o mais; gostei dele!”. Levantei e sai, fui viajar no mundo encantado da fantasia para não surtar.     
     Ah, ou estou psicótica ou existe mesmo a tal Matrix! Kkkkkkk. Não podemos aceitar as informações como elas nos chegam, não podemos aceitar as mensagens dos livros e dos filmes todos como se fossem verdades. Lembre-se de que uma mentira dita várias vezes, torna-se uma verdade.  "Lá não é para tomar banho, não! Olha o gás!".
 
 
Marília Francisco
Enviado por Marília Francisco em 22/02/2017
Reeditado em 22/02/2017
Código do texto: T5920968
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