Falcatruas Endêmica
Nasci nos rincões de Minas Gerais,, onde escolas eram raras e distantes, principalmente escolas públicas. Os meninos e jovens alfabetizavam-se com mestres nas fazendas, uma espécie de escola particular com professores meia boca, com diversas precariedades. Tive uma outra educação primordial; a de berço. Meus pais era analfabetos sábios, educaram-me através de versos, provérbios e ditado populares, todos canalizando comportamentos éticos e morais. Donde emplacavam a perseverança, a tolerância, amor e a solidariedade. Algumas lições guardei-as no baú de minhas memórias. Minha mãe dizia:- “ O bom julgador, se julga por si próprio”. Em minhas observações no convívio social, a afirmação de minha mãe é uma realidade; o estelionatário não assina documentos sem antes ler, parágrafo por parágrafo, vírgula por vírgula. O desinquietador de família é que mais vigia a dele. O policial corrupto é que mais espanca o ladrão. O ladrão é que mais coloca tranca em sua porta. Os colarinhos brancos vivem cercados de grandes, muros, câmeras e seguranças. O eleitor mal intencionado é o que mais não acredita que há políticos honesto.
Esta crônica foi publicada no extinto Diário da Tarde em 12 de Outubro de 2000.
Lair Estanislau Alves.