SEMPRE ELE!
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Machado de Assis é mais conhecido e citado como romancista que como cronista. No entanto, ele foi também exímio cronista. Nestas reflexões, algumas dicas machadianas.
Certa ocasião, Machado recorreu à figura de “uma gaiola de papagaio, aberta por todos os lados, sem aparência mesmo de gaiola, mas onde a ave fica presa por uma corrente que lhe vem do pé ao poleiro. Quebre-se a corrente, de uma vez por todas, e dê-se a liberdade ao pobre animal”. No fundo, a questão é: “autlibertas,autnihil”. Cláudio Manoel da Costa havia proposto fosse esse o lema da Inconfidência Mineira: Ou liberdade ou nada!
Deus criou o homem livre e assim o respeita,quer essa criatura opte pelo caminho da austeridade ou pelo caminhão da corrupção. Liberdade pela metadenão seria liberdade, dentro dos limites democráticos. Seria como estrumar um pit bull, assanhando-o contra o assaltante, porém sem lhe soltar a correntetilintante. O que o cão de guarda pode fazer, numa situação dessas, é apenas saltar de cá para lá, ladrando.
Como uma reflexão puxa outra, Machado nos leva a questionar, noutra crônica, a linguagem dos políticos: “Há, porém, na ordem política umas tais retortas e alambiques onde se apuram as palavras e as ideias, de modo que as tornam inteiramente diversas daquilo que significam na ordem comum”. Isto é, discurso esotérico, impenetrável, enigmático, hermeticamente fechado. Será que é para o povo não entender mesmo?Um mundo à parte, de eleitos autoeleitos para a impunidade.Pudera!... Foro privilegiado.
“Florão da América”, nosso país tinha tudo para ser o ornamento que daria beleza à América. De qualquer forma, começa a mostrar a própria cara, que precisa ser lavada a jacto e de um jacto.Faça-se uma varredura,com água e sabão, detergente e escovão, em nossas instituições esclerosadas por logísticas injustas, cujos ocupantes não estão nem aí para denúncias sérias e graves. Tudo não passa demeras “ilações” infundadas!