LER PARA ESCREVER
Ultimamente tenho lido as postagens de pessoas desconhecidas vez que a maioria dos colegas, aos quais me acostumei a ler e admirar seus textos primorosos estão ausentes, talvez sofrendo da síndrome “falta de inspiração” que vez por outra assola aqueles que usam a palavra escrita como entretenimento.
É bem possível que eu esteja sendo injusto ou a deficiência seja minha, afinal faz tanto tempo que fui alfabetizado que é bem provável que já nem saiba ler ou virei desses alfabetizados funcionais que lêm, mas não decodificam tal como burro diante de um castelo que olha, mas não sabe o que é.
Há títulos chamativos, mas que nada representam diante do conteúdo do texto.
Outros que são verdadeiras demonstrações de como não se deve escrever no idioma português quanto à grafia, à semântica, à regência e à sequência das ideias.
Claro que há textos antológicos, mas infelizmente, raros.
Só me ocorre uma razão para isso: nosso povo deixou de ler e aquelas dissertações que fazíamos para as aulas de português, na classe e como dever de casa, foram substituídas pelas quadrículas de múltipla escolha.
É a leitura quem faz o escritor, mas quem não interpreta o que está diante dos olhos, não sabe ler.
Saber o significado das palavras e aplicá-las no lugar certo é o que dá sentido ao texto.
A pobreza vocabular de quem não lê e que tem horror ao dicionário, muitas vezes, faz com que não encontre a palavra que se adeque para transmitir o sentimento ou a ideia e assim o texto fica carecendo de explicação.
É como uma obra de arte que precisa ser explicada, no meu entender, pode ser qualquer coisa, até obra, jamais arte.