ENFRENTANDO SEUS MEDOS

Estava ali, na fila daquele banco.

Mário, 24 anos, depois que se formara em comunicação apossou-lhe uma fobia, um temor, em medo pavoroso de sair na rua de andar e interagir com as pessoas, vivia com a mãe, tinha irmãos já casados e não moravam mais na mesma casa, sua mãe fazia tudo que era pertinente trabalhava em seu ateliê pois precisava pagar as contas a pensão do marido que fora assassinado em um assalto não supria as necessidades e desencadeou o pavor de Mário, de sair de casa, e agora sua mãe tinha que fazer tudo sozinha, quando dava algum irmão ajudava, mas nem sempre.

Naquele dia não teve jeito sua mãe adoeceu e não havia irmão naquele dia para ajudar ela tinha que ir ao banco, mas tinha que pagar as contas se não podia sofrer cortes das companhias fornecedoras de água e luz, então mediante a situação Mário resolveu encarar seu maior obstáculo.

Foi ao banco afinal o que poderia dar de errado, milhões de pessoas vão ao banco entram e saem e nada acontece. armou-se de coragem e foi e lá estava na fila esperando para fazer os pagamentos.

À sua frente um senhor e na frente dele um rapaz que parecia muito agitado, Mário percebeu e como lembrança do que acontecera com seu pai, temia pelo pior, que aconteceu.

O rapaz não conteve o nervosismo e sacou de uma arma e a brados de: - É UM ASSALTO, mandou todos deitarem no chão, mas Mário paralisado estava ali em pé tremendo, suando e não podia se mexer, seu corpo não obedecia, porque seus pensamentos e suas lembranças recaiam no seu pai e pensou que o mesmo iria lhe acontecer.

- Se é loco meu irmão, quer morrer é, deita logo se não te encho de chumbo. - ameaçava o meliante apontando a arma para Mário.

Este conseguindo controlar seu pavor, começou a conversar com o bandido.

- Olha se acalme, não precisa fazer isso !

- Claro que preciso meu irmão e quem é você pra dizer o que eu preciso ou que não preciso. preciso mesmo da grana.

Mário começou a argumentar com o bandido com calma agora, afinal fora estudante de comunicação e o diálogo, e argumentos eram sua matéria.

- Eu sei que a vida não está fácil pra você, seja lá o que estiver precisando não é esse dinheiro que vai resolver, logo ele acaba e você, vai roubar de novo e de novo.

O meliante mais alterado agora partiu pra cima de Mário.

-Olha aqui meu irmão, sua casa vai cair se continuar querendo me distrair, não vou ser preso aqui, e anda logo vocês aí me passem a grana.

Mário insistiu.

-Não quero te distrair, quero que fique bem e não machuque ninguém, principalmente você mesmo. Olha meu pai morreu por causa de um assalto, eu passei a odiar as pessoas que faziam este tipo de coisa por pura covardia tiram a vida dos outros, por uns trocados, será que a vida vale uns trocados, mesmo que seja muito dinheiro ganho dessa forma uma hora ele acaba, e pode ser que uma hora você, não tenha sorte e aconteça o pior, será que vale a pena morrer por uns trocados, não pensou nisto.

O meliante agora refletia nas palavras de Mário.

Do lado de fora do banco a polícia cercava o banco.

E Mário prosseguia.

- Olha o banco tá cercado, se você se entregar, não vai acontecer nada com ninguém, e você pode até ficar preso por um tempo mais vai estar vivo e depois recomeça sua vida.

E o meliante contestou.

- Já era meu irmão, se eu me entregar a policia vai me matar, sem chance, se eu morrer levo uns comigo.

Mário percebeu que o ladrão estava com medo de morrer e lhe disse:

- Vamos fazer o seguinte, você me dê sua arma, e vamos para fora nós dois e eu vou na sua frente. Ninguém vai te fazer mal.

E o bandido concordou, passou a arma para o Mário e seguiu ele até a porta do banco, Mário levava a arma e o ladrão se escondia atrás dele, quando ganharam a rua, o ladrão viu que tinha muita polícia e pensou que ia morrer, Mário a sua frente com a arma levantada sobre a cabeça chamava a atenção da polícia não atirem tá tudo bem ninguém vai atirar agora está tudo bem.

Mas o ladrão não concordava com isso, e empurrou para frente Mário e saiu correndo, pela rua lateral, neste empurrão a arma que Mário segurava disparou e a polícia revidou Mário fora atingido...

Então classe essa é o que eu precisava contar pra vocês. Isso aconteceu a dez anos atrás.

Um jovem no meio da classe perguntou:

- O Mário morreu? E o ladrão? Fugiu?

Bom o Mário ficou muito ruim no hospital por algum tempo, mas sobreviveu, e depois disso perdeu o medo e voltou a sua vida normal.

Eu li no jornal depois do ocorrido que as pessoas que estavam no banco contaram pra polícia que o Mário havia salvado todos ali e ele ficou famoso pelo que fez e conseguiu emprego em uma rede de tv.

Bom já o ladrão, esse fugiu. Procurou emprego honesto, casou, estudou e hoje está aqui na frente de vocês contando essa história.

Então lhes digo, por mais grande que sejam seus medos lutem contra ele vocês vão descobrir que a coragem de enfrentar nossos medo nos proporciona sempre uma coisa melhor.