Deixa Ela Ir

(De Luiz Fernando em "Essa Coisinha Estúpida Chamada Amor")

Não segure o braço dela. Ela num precisa disso. Você também não precisa, então não faça, ok?

Deixe-a partir. Deixa ela ir assim, sem pressão. Deixa ela ter a sensação de ir embora, de liberdade, e ao olhar para trás, ela ainda te verá parado, suspirando, e querendo que ela desista e volte correndo para seus braços. Seria lindo. Mas num deve acontecer. Então, deixa ela ir.

Num vai adiantar. Ela não quer, e você insistir num vai mudar. Você vai ser o chato, ela vai te evitar. Ela vai repensar em como fez bem em ir embora. Ela vai o tempo todo ter certeza de que foi uma escolha sensata. Que tirar você do seu lado, e poder seguir conforme sua própria música sempre será a melhor opção. Deixa ela ir. Deixa. Vai ser melhor assim. Não é o tipo de coisa que se prevê, mas em certas ocasiões é meio óbvio. O machucado é menor. A vida se encarrega de colocar um Band-Aid. Siga a sua vida. Abstraia. Se distraia. Divirta-se.

No começo dói. Sempre dói, e ninguém nunca disse que seria fácil. Não é tipo tirar a barba cultivada por anos, ou perder um celular. É uma pessoa. É o amor. É um luto inexplicável que só que sente sabe exatamente como é. Não... Às vezes nem a pessoa sabe. É apenas a falta. A sensação de afastamento. Querer falar, estar perto... Querer comentar, dar bom dia... Querer apenas estar. Mas se não deu... Se num dá... Deixa ela ir.

Vai chegar uma hora que o coração amansa. Vai chegar uma hora que os pensamentos voarão por outras bandas. Vai chegar a hora em que sua atenção se cruzará com outros futuros que estavam ali, o tempo todo, apenas esperando uma brecha para se tornarem presentes. Vai chegar uma hora que seu olhar trocará de olhares. E então, quando você finalmente se der conta... Ela foi.

Então, deixa ela ir. Apenas.

Fael Velloso
Enviado por Fael Velloso em 15/02/2017
Reeditado em 17/02/2017
Código do texto: T5913893
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