Folhetim: A Vingança de Beta - III

Mesmo doido para dormir logo com Didinha, ele resolveu se precaver e bancar o durão, não ia entregar a mercadoria de cara, dó depois do preto no branco, depois de provar do fruto - para ele proibido até aquele momento. Foi o que vez. Chegou na pensão onde ela morava, nas proximidades do cabaré, o Casablanca, com os lanças-perfumes nas mãos. Didinha arregalou os olhos contente, ávida para tomar uns porres, mas ele foi claro:

- Calma, condessa, é toma lá dá cá, primeiro a gente se deita, faz um amorzinho bem caprichado, sem pressa, e depois, aí, sim, fazemos um carnaval fora de época com as lanças.

Com muito jeito a condessa conseguiu que abrisse uma das lanças, tomaram uns porres para, segundo ela, abrir o apetite sexual. E foram para a cama. A dona era mesmo, conforme confessaria mais tarde a Francisquinho, o cão chupando manga na cama. Ele tomou porre de lança em diversas partes do corpo dela.

Depois da batalha da alcova foram devorar as outras lanças. Mandaram chamar Francisquinho e Tito, filho de Seu Dino, além de uma lourinha chamada Adelita e outra morena do cabaré. Colocaram discos de carnaval, tomaram porres e pularam paca. Quando as lanças acabaram, o carnaval continuou, animado pela música e litros de rum. As duas da manhã, Tito e Francisquinho completamente bêbados foram para casa. A lourinha e a morena também se recolheram. Mas Durval e a condessa continuaram bebendo. Ele era muito forte e aguentava muita bebida. Ela também. Beberam até de manhãzinha. Às cinco horas, óbvio, estavam chumbados, aí Didinha lhe fez um pedido: queria dar um passeio até o centro da cidade. Ele não se fez de rogado, aceitou na hora. Com uma garrafa de rum na mão, abraçado com a condessa, sairam para a rua. Quando chegaram nas proximidades da Matriz, onde havia uma barraca que servia café e também bebidas, a qual abria bem-cedinho, sentaram numa das mesas e, agarrados, continuaram rindo, cantando, bebendo e, de vez em quando, se beijando.

As beatas, tradicionais baratas de igreja, que passavam para a missa das seis horas, vendo os dois naquela base, ficavam horrorizadas. Uma delas, Leonor, apelidada de cocada de sal, chata que só a gota serena, fez o sinal da cruz e deu um esporro neles. A condessa arretou-se e mandou a beata tomar no cu, e aduziu: - Você tá é precisando é levar rola, sua mocréia. A beata, escandalizada, saiu correndo. Durval ria a valer, ele detestava as beatas.

Só que naquele momento, bêbado, ele esquecera um detalhe impotantíssimo: áquela hora, todos os dias, sua esposa, Beta, vinha comprar pão na padaria que ficava perto da igreja. Leonor sabia disso, então se dirigiu para a padaria e ficou na porta esperando Beta. Quando esta foi chegando com a mochila do pão numa das mãos, Leonor lhe fez um pedido:

- Beta, se não for muito incômodo, gostaria que você me acompanhasse até a barraca de Seu Reginaldo porque preciso dar um recado a ele, e se eu for sozinha pode ser que um moleque me provoque e na sua companhia eles respeitam.

Beta atendeu â súplica da beata, não custva nada ajudar aquela pobre mulher, pensou.

Quando chegaram na barraca, Durval sstava beijando a condessa, apalpando-a, na maior sacanagem, ambos bêbados, com várias pessoas assistindo à cena. Então leonor, maldosa e vingativa, disse:

- Você, certa vez me disse que o que os olhos não viam o coração não sentia. Pous bem, agora você está vendo com os seus próprios olhos o que o safado do seu marido está fazendo com uma puta, á luz fo dia, no meio da rus e na sua frente.

Continua

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 15/02/2017
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