APENAS POEMAS...
Indaguei a mim sobre o que são os meus poemas e crônicas na vida.
Veio-me como resposta que eles ensejam o “quê e como” me sinto nesta existência.
E é verdade! Como poderia ser diferente?
Se assim não o fosse, seria o mesmo que ver um cão miar ou um gato piar, impossível não jorrar no papel, a vida que trago nas veias.
Não posso dissociá-la.
Nas palavras que escrevo, escarro o pulsar dos átomos que me compõem e saem como sopro da vida que habito retornando-me como energia vital.
E nem por isso, nessa expressão catártica, me mostro por inteiro, não que eu me esconda, mas é que ainda não me conheço por completo.
Desconheço-me porque utilizo apenas parte de minha massa cinzenta.
Desconheço-me porque a “indagação e a resposta” que tenho sobre as coisas, se postas em uma balança, pesaria muito mais a primeira do que a segunda.
Desconheço-me porque estou em constante ebulição de sensações: quando penso que será uma sensação voluntária, esta se mostra mágica e desconcertante, quando penso que é surpreendente, ela se apresenta familiar e conhecida.
Nesta séria brincadeira borbulhante de sensações, se apresentam as letras, que me servem tal qual como um pincel a um artista que pinta seus quadros, ou como um instrumento para um músico.
No meu caso, sou envolvido por sons e fonemas, palavras e frases, parágrafos e textos que me escapolem pelos poros expondo-se e expondo-me na tela de “meu” computador.
Deixa de ser meu quando transcende estas margens indo parar no teu, num simples toque de compartilhamento.
E neste ato de compartilhar meu texto contigo, entrego-te um pouco de minha alma, de minha vivência, de minha história.
Peço permissão para dividir contigo um pouco de minha existência, mesmo porque, esta é a única coisa que nos torna semelhantes.
Os meus poemas e crônicas apenas são....não tenho muito controle sobre eles. Escolhem passar por mim quando desejam. Não respeitam hora, dia, local, e nem com quem ou pra quem, apenas saem e se vão como pássaros que migram de um local a outro, ou até mesmo como o ar que entra e sai de minhas narinas.
Parte da massa cinzenta que utilizo faz-me crer que meus poemas e crônicas na verdade não são meus, apenas são...e, portanto, não há a necessidade de tentar entendê-los, ou detê-los, eles fluem e eu os deixo ir!
Perdoe-me se roubam parte do teu tempo quando os lê, ou invadem o teu momento existencial, não é pretensão minha. Juro! Eles têm vida própria e chegam mesmo a ser incontroláveis. Olha aí, de novo! Escapou mais um....
4/4/2016 – 17:30