O DITADO MAIS ANTIGO É O QUE PARECE FAZER SENTIDO!
Acredito então, que o tal “dito popular”, talvez seja baseado em experiências pessoais de pessoas, que fizeram sentido em alguma época e continuam fazendo sentido ao longo do tempo, com o decorrer dos anos!
Sendo assim, baseado nisso, existe aqueles que estamos cansados de ouvir, por exemplo: “filho de peixe...”; “quem nasceu para ser cachorro...” ou “Deus ajuda quem cedo madruga!”, etc., etc.
Soam, é verdade, pessimamente aos ouvidos, inclusive esse de quem nasceu para ser cachorro!
O pobre quadrúpede está em seu início de evolução espiritual, já possuindo inteligência e até controle emocional, para ser tratado tão desqualificadamente como no ditado antigo, mas, era como os antigos viam o pobre cão, mas, significando sim, o indivíduo quando nasce ignorante, dificilmente, vai mudar ao longo da vida, a não ser que um acontecimento muito marcante o toque: a perda de seres queridos, a perda dos movimentos dos braços, das pernas, da visão e assim por diante e no entanto, há casos, que nem assim o sujeito muda!
Mas, há ainda um outro e é sobre esse que quero comentar!
O tal de : “quem rir por último, rir melhor!”
Excetuando-se o significado literal da frase (não observando-a ao “pé da letra”), mas, faz muito sentido ao longo do tempo, quando se trata de experiências pessoais de cada um!
Mas, complementando um outro, a coisa faz sentido mesmo: “as pedras se encontram!”
Sábado último encontrava-me na sala de atendimento do Hospital Sírio Libanês (é assim que o AMA é chamado na periferia), quando surgiu meu amigo F., que não via há algum tempo!
Vocês podem acreditar: “tomei um susto!”
O câncer que há alguns meses era um enorme caroço recobrindo sua face direita, agora se transformara num imenso “monte purulento”, deformando a sua face e quase entortando o seu rosto, exalando um odor estranho!
Foi inevitável, devido a maldade humana que ainda sou portador, impedir que viessem à tona, pensamentos, estilo: “quem te viu e quem te vê!”
Pobre, miserável, oriundo de uma família numerosa, cuja mãe era dona de casa e o pai operário, preto, sem parentes importantes, etc., nunca tive qualquer oportunidade na vida e essas “sorriam” para meu amigo!
Olhos verdes, tez alva, cabelos castanhos, estatura alta, era tudo que as mulheres queriam e ainda por cima, gozava de toda paparicação de família!
Nem em seu pior pesadelo, F., imaginara que passaria por aquilo!
“Colhe-se o que se planta!”
Ouça bem se tiver ouvidos de ouvir: “ninguém é punido com a perda da beleza por ter sido, por exemplo (arcaico), “sócio do Gandhi” na emancipação da Índia dos Ingleses ou auxiliar direto de Madre Teresa de Calcutá!
A punição é consequencia de infração e como não sou juiz, nesse caso, não vou julgar os atos condenáveis do meu amigo, mas, lastimar suas escolhas e condenar suas mentiras!
Deu no que deu!
Porque tinha conhecimentos espirituais o suficiente para levar uma vida diferente, ser menos inconsequentes e o que fez?
Abusou das amizades, abusou das mulheres, enganou empregadores, traiu, omitiu, se revoltou, etc., agora, na reta final, começa a querer amaldiçoar os deuses, Jesus, seus protetores espirituais, mas, no fundo, acredito, que ele sabe de quem é a culpa!
As mulheres, só tinham olhos para ele. Hoje, eu contorno fácil a situação, por saber que o ser humano vale pelo que aparenta ser, pelo que tem e possui e não pelo que é, mas, à época dos fatos não, e o desprezo muito me magoava, por isso acreditava beber para esquecer, que posteriormente, descobri ser outro engodo, mas, era constrangedor, ser sempre o coadjuvante do ator, cuja estrela maioral, era ele!
Hoje, não só as mulheres tem olhos para ele, mas, os homens, os velhos, as velhas, as crianças, enfim, a sociedade em peso, estupefata como um indivíduo pode chegar a tal estágio de doença!
E sinceramente? Receio por suas escolhas, pois está optando por não operar e se isso não fizer, corre o risco de ficar louco ou cego!
Aí, sou forçosamente obrigado a me recordar de um outro ditado antigo (esse, sem dúvida, completamente estúpido), que as crianças costumavam dizer entre si, nas horas vazias, ou seja, nas brincadeiras: “fulano, o que você prefere, escorregr na merda e cair no mel ou escorregar no mel e cair na merda!”
É de nível baixíssimo a locução, contudo, foi assim que se deu a sua vida F ., e a minha vida meu caro, mas, a amizade é a mesma!
Não que eu esteja rindo, sequer por último, mas, perto do que fui e da pobreza que possuí, eu sou feliz, embora tenha escorregado a vida inteira na merda e ainda não tenha caído no mel!