A necessidade de alguns ateus

Eu pensava que “ateu não tinha crença, não tentava converter ninguém ao seu pensamento, ateu não tem religião, não tem divindade”? Eu pensava errado, alguns são mais religiosos do que eu.

Cheguei a essa conclusão aos poucos, juntando as inúmeras investidas de conversão que recebi ao longo dos meus diálogos e leituras sobre a necessidade de converter os crentes ao ateísmo. Não todos, visto que, não conheço nem um por cento dos ateus do bairro em que eu moro, contudo é uma realidade interessante.

É uma arrogância pensar que só existe conhecimento, inteligência, crítica, se a pessoa for anti religiosa. Será que, tentar persuadir os que tem fé em uma divindade não é uma crença e uma religião? Eu ouso dizer que são convictos da sua verdade, de maneira que carecem de anunciá-la ao mundo de maneira evangelística!

Em um Estado laico, com tantas coisas para ocupar o ócio mental, porque cargas d’água a pessoa perde tempo e verbos tentando inculcar a sua descrença nos que possuem uma fé, doutrina, divindade?

Essa necessidade carente de alguns poucos ateus, afinal, alguns nem estão ligando pra isso, só pode ser motivo de desconhecimento ‘das regras, doutrinas, cânon – ah! Eles não tem essas coisas, não creem nisso’. Então penso que eles carecem de situar a sua própria condição de ateísmo dentro da base sólida que sustenta sua forma de pensar e interpretar seu próprio ceticismo.

É rudimentar essa abordagem livre de um tema tão em voga, mas ás vezes ousar escrevinhar umas bobagens é bom para os neurônios.

Sebastiana Inácio Lima (Diana Inácio)