É preciso não execrar a política

Confesso que sou meio radical nas minhas críticas à política. Também erro quando sou passional e exagero na defesa do meu

"lado político", um erro primário, absurdo, crasso.

Nunca devemos, pelo amor de Deus, confundir a política que é uma ciência com as mutretas dos politiqueiros e dos fisiológicos de todos os naipes. Tinha razão Brecht quando chamava de analfabeto político aqueles que diziam abominar a política, e excluindo-se dela deixavam os fisiológicos no comando de tudo.

Penso que é preciso a sociedade, o povo, intervir na política, deixando de ser mero espectador e virando participante ativo. Fazer isso é exercer a cidadania. A política nunca foi reserva de mercado dos politiqueiros.

Por fim transcrevo um trecho de um discurso de Rui Barbosa onde ele faz a distinção entre política e politicalha:

"A política é a arte de gerir o estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função ou um conjunto de funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crõnico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a mslária dos povos de moralidade estragada".

Reflitam. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 11/02/2017
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