Verdades entre as hipóteses

Talvez eu seja mais do que você possa enxergar. Talvez eu tenha um ser profundo dentro de mim, coberto por toda essa minha falta de jeito. Talvez eu esteja beirando a loucura, embora por fora esteja tudo bem. Talvez eu só saiba quem eu sou ao estar sozinha, com meus fones de ouvido e meu velho bloco de notas. Talvez eu saiba amar, mas não saiba como demonstrar. Talvez eu rio tão alto para que o som possa abafar toda a confusão de minhas palavras. Talvez apenas meus risos frouxos sejam o que é sincero de mim. Talvez eu seja, talvez não. Talvez exista um mundo em meu interior, lutando para se libertar, entretanto, eu sou meu pior inimigo.

O cativeiro em que tanto me sinto aprisionada, talvez, quem possui a chave é ninguém além de mim mesma.

E, só talvez, eu esteja perdida. Vagando pela vida, apoiando-me em todos que dão um suporte provisório e desmoronando e reerguendo-me a cada despedida.

Talvez não haja mais flores para este meu cemitério. Talvez se alguém parar pra escutar-me, não com os ouvidos e sim com o coração, escute as palavras que não digo e veja que elas são as mais bonitas e intensas já existentes. Talvez eu precise de alguém que leia minhas entrelinhas. Talvez eu tenha tanto medo de que olhem nos meus olhos, pois como dizem, os olhos são a janela da alma, e minha alma talvez não esteja pronta para ser enxergada.

Talvez, por fim, eu viva esperando pela morte, ou por finalmente um dia poder realmente viver.

Talvez sim, talvez não.

Talvez.