Viver em comunidade

Em um texto na internet acho está reflexão,

"Um executivo da Volvo brasileira foi conhecer a matriz na Suécia, ao chegar no estacionamento junto com seu anfitrião, meia hora mais cedo do que a abertura da fabrica, estranhou que estacionaram muito longe da portaria. Inquiriu ao colega, por que estacionamos tão longe? Surpreendido, o colega sueco respondeu, chegamos muito cedo, então vamos deixar as vagas mais próximas da entrada para os que chegarem em cima da hora. Respondeu como se aquilo fosse a coisa mais natural a se fazer. Ao adentrarem na fabrica visualizou vários exemplos de como se importar com os outros. Programas de treinamentos para atividades pós aposentadoria, fumódromos, na época ainda não tínhamos leis anti-fumo no Brasil, livros deixados para que outros lessem.

Outro exemplo, que me vem é um filme clássico japonês, mostra um caçador em sua última caçada, perdido em uma floresta nevada, chega em uma cabana que não conhecia, mas sabe exatamente onde encontrar fósforo, lenha e carne salgada, faz uso destas coisas e depois providencia o reabastecimento. O americano que estava com ele, pergunta, por que faz isto se não vai mais voltar aqui? Ele responde, também incrédulo com o comportamento diferente do seu, "não faço para mim, mas para outros que por ventura se encontrarem perdidos por esta savana."

Viver em comunidade, seria muito mais fácil se tivéssemos a educação e o espirito destes dois citados. Não precisaríamos de regulamentos internos, nem de admoestações para que não andem com cachorros sem coleiras. As pessoas andariam com saquinhos para coletar o cocó dos seus cachorros, o lixo na lixeira, os sons das festas nunca ultrapassariam os limites e horários toleráveis.

Viver em comunidade é principalmente se importar com os outros.

Atualmente, com a nossa população envelhecendo, juntamente com a diminuição de filhos por casal, já estamos enfrentando uma situação que tende a se agravar, o cuidado com os nossos velhos. Na China, com a política de apenas um filho é muito comum um casal ter que cuidar de 4 idosos, já está ocorrendo esta situação no Brasil, pois aqui a média de filhos por casal já é menor de 2.

As empresas, com o grande número de mulheres trabalhando, oferecem auxílio creche, ou mesmo creches nas proximidades dos empregos, vão ter que começar a pensar em auxílio asilo, para que seus trabalhadores deixem seus idosos para ir trabalhar.

A nossa comunidade que já pensa há algum tempo em atividades para as nossas crianças, tipo, escolinha de futebol, parques de diversão, tem que começar a pensar em nossos idosos (tenho que defender a minha faixa etária).

A minha mãe quase centenária, precisa de cuidadoras 24 horas por dia, minha sogra com Alzheimer, idem. Amigos da minha idade passam por situações semelhantes. A sobrecarga financeira é enorme. Poderíamos compartilhar cuidadoras e cuidados, mas os nossos velhos, no geral, não aprenderam a viver em ambientes compartilhados. Teremos que ser treinados para isto, pois as gerações futuras terão enormes problemas a enfrentar, como o desemprego crescente, a previdência falida, meio ambiente cada vez mais deteriorado...

Viver em comunidade também é partilhar problemas e soluções.

Sei de costumes de pessoas no meio rural que precisando limpar o pasto e sem dinheiro para tal chamam os vizinhos que em troca de um almoço comunitário fazem este serviço com prazer. Na cidade tem o dia de encher a laje, quando precisam de mais gente na construção.

Na minha comunidade tem um construção inacabada com 10 suítes e com uma divida enorme com a associação, fica a sugestão, de repente, um centro de cuidados com os nossos idosos iria bem. A titulo de exemplo, três idosos na Espanha resolveram vender as casas em que moravam e fazer uma para morarem juntos e dividir as despesas, hoje moram em comunidade com mais de 70 idosos e são eles mesmos que trabalham, um ajudando o outro. A cozinha é comunitária.

Defranco
Enviado por Defranco em 09/02/2017
Reeditado em 30/07/2018
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