O REAL E O IMAGINÁRIO! (fato verídico - para não usar o chavão: "baseado em fatos reais).)
O REAL E O IMAGINÁRIO!
(fato verídico)
Depois de muito tentar e “movimentar seus contatos’” (do livro “Hei de Vencer”, professor Artur Hidel), ele conseguiu finalmente, uma oportunidade de conversar com o grande poeta E DESEJAVA COM CERTEZA, lhe mostrar algum dos seus poemas também!
Foi até o local antecipadamente escolhido POR UM ANFITRIÃO, COINCIDENTEMENTE, POSSUIDOR DE AMIZADE ENTRE AMBOS, local esse que lhe trouxe, péssima impressão, em vista das pessoas que por ali passavam, das que se encontravam e o cheiro talvez também não muito agradável!
Mas, pelo futuro encontro e pela nobre conversa que com certeza seria desenvolvida, valeria à pena qualquer esforço e sem dúvida as “nobres” etiquetas que o Poeta Olavo Bilac lhe traria, apagaria toda aquela má impressão inicial e tudo o mais faria sentido!
Aguardou...
Nesse ínterim, “tempo vazio”, mente dispersa, sua visão, foi ter com um grupo de rapazes que conversavam a alguma distância animadamente, porém, o que ele conseguira ouvir em destaque, E QUE O DEIXARA ESTUPEFATO, FORAM os palavrões, que soavam e envergonhariam qualquer donzela que por ali entrasse e não foi sem muito esforço, que A custo se controlou para não chamar a atenção dos moços!
Foi nesse momento que um desses indivíduos mostrARA-SE SER, o mais pervertido, o mais “boca suja” e instintivamente despertou ainda mais o seu ódio por aquele sujeito completamente mal educado e sem maneiras, RAZÃO PELA QUAL, aguardaria mais alguns minutos, a pessoa que proporcionara tal encontro que também estaria presente, para ir embora, haja vista o poeta, PELO QUE PARECIA E CAMINHAR DAS HORAS, HAVIA “dado cano!”
Pouco depois, o chamado anfitrião entrou, ele Artur, foi ter imediatamente com ele: “eu já estava de saída, estava só lhe aguardando para me despedir!”
Aquele, abriu-lhe um sorriso e disse: “que, você não o reconheceu?!”
Foram até a mesa, onde se encontravam os jovens “pervertidos” (NO ENTENDIMENTO DELE, À ÉPOCA, VAI SABER!) e justamente aquele QUE vociferara ANTES, animadamente alguMAS pilhérias e alguns palavrões, feições normais, óculos PRETOS e apresentou: “Artur Ridel, eis, Olavo Bilac!”
A partir dali, ele aprendeu a não julgar as pessoas nem pela aparência, nem pelo linguajar, nem pela crença e nem pela cor da pele!
Aprendeu que atrás de uma boca que emite palavrões, pode existir uma mente brilhante que vai comover multidões e entre a realidade que se quer e o imaginário que se deseja, há uma grande diferença e exemplo disso e de sua genialidade, eis o maravilhoso soneto de autoria de Bilac, ELE dos maiores poetas que passaram por AQUI!
Olavo Bilac: Ouvir Estrelas "Ora (direis) ouvir...
Ouvir Estrelas
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo,
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite,
Enquanto a Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo? "
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".