Simples E Gostoso Assim
A vida nos proporciona encontros com pessoas maravilhosas que nos abrem portas e janelas, e nos fazem acreditar num mundo melhor.
A vida também tem lá seu lado cruel e não perde tempo para nos sacanear quando precisamos de uma boa lição. Quanta frustração, quanto desgosto e desilusão, e mesmo assim, nem sempre aprendemos a lição.
Por isso, devemos aproveitar os encontros, cada um deles ao máximo e APRENDER.
Me lembro de uma visita à casa de uma amiga da minha Avó. Não queria acompanhá-la, mas fui escalada unanimamente pela minha Mãe e Tias. Não tinha como escapar.
A visita àquela senhora me ofereceu uma experiência incrível.
A senhora era viúva, sem filhos, sem família alguma. Sempre recebia visitas de amigas como a minha Avó. Sua casa era modesta e toda arrumadinha com muito crochet pelos quartos. O mesmo crochet que lhe trazia uma pequena renda extra todo mês.
Ao chegarmos na casa da Dona Filomena, fomos recebidas com um forte abraço e muitos beijos. Conversa vem, conversa vai e reparo num porta retrato com a foto de uma moça segurando uma menina pequena. A Dona Filomena percebe a minha descoberta e me conta que a foto foi registrada pelo meu Pai poucas semanas antes da nossa partida para os Estados Unidos, e que aquela meninha no colo dela era eu.
"Esse vestidinho fui eu quem fiz e foi com ele que você foi batizada, Patricia. Sabia?"
Respondi bem ligeira, "Nossa! Quantas vezes minha Mãe me contou sobre a minha roupa de batizado e da moça, muito, muito amiga dela, que costurou o meu vestido todinho a mão."
E agora estava frente à frente com a tal amiga que tinha verdadeiras maõs de fada.
De repente, o rosto daquela senhora foi revelando um certo constrangimento e ela, ao invés de ocultar o seu sentimento, foi logo nos contando que não tinha nada especial para nos oferecer para o café da tarde, mas que providenciaria algo e se retirou da sala de estar.
A nossa anfitriã voltou com um bule de chá, um prato com pequenas torradas e um pote de geléia.
"Peço desculpas por não ter nada melhor para lhes oferecer, minhas queridas. Ainda não recebi a minha pensão e o dinheirinho do crochet já se foi. O nosso café da tarde virou o nosso chá das cinco. Espero que gostem de chá de cidreira e geléia de laranja."
"Nunca experimentei cidreira antes, Dona Filomena."
"Sempre tem a primeira vez. Acho que vai gostar, assim como a sua Avó, minha flor."
"Experimente Patricia. A Dona Filomena faz a melhor geléia de laranja da cidade."
Espalhei um pouco daquela geléia na torrada e dei uma bocada. Que gostosura aquela geléia!
"Realmente, a geléia é uma delícia, Dona Filomena!"
"É feita com as laranjas que colho do meu pequeno pomar nos fundos da casa. A erva cidreira também vem de lá. Tudo feito com carinho."
"Está tudo perfeito!', elogiou a minha Avó.
"Está mesmo!", concordei sorrindo.
Aquela tarde foi inesquecível, principalmente quando a Dona Filomena me confidenciou:
"A verdadeira riqueza é saber fazer daquilo que nos parece sem valor em algo inesquecível. Como tornar um pãozinho amanhecido em torradas crocantes, laranjas em geléia e água quente com ervas num chá saboroso."
Aquela tarde, tomei chá das cinco com uma verdadeira rainha.
A vida também tem lá seu lado cruel e não perde tempo para nos sacanear quando precisamos de uma boa lição. Quanta frustração, quanto desgosto e desilusão, e mesmo assim, nem sempre aprendemos a lição.
Por isso, devemos aproveitar os encontros, cada um deles ao máximo e APRENDER.
Me lembro de uma visita à casa de uma amiga da minha Avó. Não queria acompanhá-la, mas fui escalada unanimamente pela minha Mãe e Tias. Não tinha como escapar.
A visita àquela senhora me ofereceu uma experiência incrível.
A senhora era viúva, sem filhos, sem família alguma. Sempre recebia visitas de amigas como a minha Avó. Sua casa era modesta e toda arrumadinha com muito crochet pelos quartos. O mesmo crochet que lhe trazia uma pequena renda extra todo mês.
Ao chegarmos na casa da Dona Filomena, fomos recebidas com um forte abraço e muitos beijos. Conversa vem, conversa vai e reparo num porta retrato com a foto de uma moça segurando uma menina pequena. A Dona Filomena percebe a minha descoberta e me conta que a foto foi registrada pelo meu Pai poucas semanas antes da nossa partida para os Estados Unidos, e que aquela meninha no colo dela era eu.
"Esse vestidinho fui eu quem fiz e foi com ele que você foi batizada, Patricia. Sabia?"
Respondi bem ligeira, "Nossa! Quantas vezes minha Mãe me contou sobre a minha roupa de batizado e da moça, muito, muito amiga dela, que costurou o meu vestido todinho a mão."
E agora estava frente à frente com a tal amiga que tinha verdadeiras maõs de fada.
De repente, o rosto daquela senhora foi revelando um certo constrangimento e ela, ao invés de ocultar o seu sentimento, foi logo nos contando que não tinha nada especial para nos oferecer para o café da tarde, mas que providenciaria algo e se retirou da sala de estar.
A nossa anfitriã voltou com um bule de chá, um prato com pequenas torradas e um pote de geléia.
"Peço desculpas por não ter nada melhor para lhes oferecer, minhas queridas. Ainda não recebi a minha pensão e o dinheirinho do crochet já se foi. O nosso café da tarde virou o nosso chá das cinco. Espero que gostem de chá de cidreira e geléia de laranja."
"Nunca experimentei cidreira antes, Dona Filomena."
"Sempre tem a primeira vez. Acho que vai gostar, assim como a sua Avó, minha flor."
"Experimente Patricia. A Dona Filomena faz a melhor geléia de laranja da cidade."
Espalhei um pouco daquela geléia na torrada e dei uma bocada. Que gostosura aquela geléia!
"Realmente, a geléia é uma delícia, Dona Filomena!"
"É feita com as laranjas que colho do meu pequeno pomar nos fundos da casa. A erva cidreira também vem de lá. Tudo feito com carinho."
"Está tudo perfeito!', elogiou a minha Avó.
"Está mesmo!", concordei sorrindo.
Aquela tarde foi inesquecível, principalmente quando a Dona Filomena me confidenciou:
"A verdadeira riqueza é saber fazer daquilo que nos parece sem valor em algo inesquecível. Como tornar um pãozinho amanhecido em torradas crocantes, laranjas em geléia e água quente com ervas num chá saboroso."
Aquela tarde, tomei chá das cinco com uma verdadeira rainha.