Conversas comigo mesma - #1

Uma proposta egocêntrica, talvez?

Muitas vezes acabo chegando à algumas conclusões sem me lembrar das perguntas que me levaram até ali, por isso, está aqui, uma janelinha para eu me lembrar de algumas questões que me deixam tão absorta em uma nuvem de pensamentos que eu acabo perdendo pontos de ônibus, esquecendo prazos, etc...É saudável conversar consigo mesmo - talvez até mais saudável do que conversar com os outros.

De início, digo que meus projetos pessoais têm se multiplicado cada vez mais, e cada vez que me enfio em um acabo encontrando outro mais interessante ainda - como alguém que assiste vídeos no Youtube e sempre acaba se distraindo pelas sugestões que aparecem ao lado.

Eu realmente tenho muita vontade de alcançar algum tipo de ternura pelo mundo e pelas pessoas que ainda não alcancei. Tenho pensado muito na minha forma de falar, de me expressar, e como ela é infiel ao que penso - sou muito mais amável mentalmente, ou pelo menos pareço, e minha fala sempre acaba tendo uma centelha de agressividade, de criticar o outro...mesmo que eu creia o contrário.

É assim que a gente se mostra: não agindo, mas reagindo. Quando alguém me trata com agressividade, há uma grande possibilidade de eu responder da mesma forma - e assim a pessoa me controla, e consegue o que quer. Por sorte, isso tem melhorado MUITO, e já não tenho mais pensamentos ao estilo olho-por-olho-dente-por-dente.

Tenho pensado demais, também, até a cabeça fundir, em como eu faço as pessoas se sentirem. Pouco importa o que falamos ou fizemos juntos, mas quais ecos eu deixo de mim mesma nos outros? Eu faço com que os seres que amo se sintam amados por mim? Eles têm certeza da minha admiração por eles? Têm uma confiança de que podem contar comigo, me contar as mais sórdidas verdades...? Eu acho que tenho falhado miseravelmente nessas coisas. E como posso fazer com que esses seres tenham total convicção do meu amor por eles? Como posso carregar empatia por onde vou?

Estive tentando alcançar um estado em que nada falta. Sinto muita falta de várias coisas e pessoas ( coisas que normalmente nunca tive e pessoas que já tive perto e não tenho mais), como posso, já que a saudade, a vontade e a curiosidade são sensações humanas e nunca deixarão de estar presentes, entrar em contato com todas essas coisas puras e lindas sem me deixar afetar por elas?

Como é o estado (saudável) de não querer nada e estar puramente satisfeito tendo apenas o próprio corpo como casa, alimento, amigos?...

Como posso fazer para entrar no olhar da unidade...? (Fragmento de um diário de umas semanas atrás:

Parece que há um esforço contínuo dos homens - inconsciente ou não - de se colocarem em categorias diferentes, injustas, colocar um muro espesso entre o eu e o eles. Por que nós nos achamos aptos para julgar quem é digno e indigno?) Como posso evitar isso?

Muitas perguntas nesse diário. Amém. Que eu continue sempre me questionando, e ao achar respostas, reformular perguntas.