Os Índios de Renato Russo
É uma das canções mais lindas de Renato Russo. Composta em 1986 é uma narrativa de um índio diante das mazelas trazidas por seus conquistadores. A música vai além da questão história do destino de dizimação e espólio dos indígenas. E possível em certo momento ver a nós mesmo como este índio, como seus herdeiros a continuar miscigenados da desigualdade, da humilhação e do espólio de nossa dignidade.
Detesto esta música, assim como outras de Renato Russo. A cópia do estilo de Robert Smith e de Morrissey só convence os ingênuos. Um pós punk metido a rock nacional com letras melancólicas baseada em fofocas de cursinhos de inglês pretensamente poética.
Esta figura do índio lamentando o destino cruel, tentando nos fazer chorar, a figura emblemática da vítima que destroi seu algoz moralmente com sua dor contrasta com a bravura dos nossos índios.
A constante resistência e combatividade de nossos índios pode ser bem ilustrada pela Confederação dos Tamoios em que os tupinambás que só perderam ao hesitar a combater os portugueses ao conversa fiada de jesuíta.
O que vemos na esquerda hoje não faz honra a estes índios, que tanto gostam de pintar com vítimas para inspirar vítimas, e não guerreiros. Isto por não serem eles mesmos guerreiros a não ser de palavras.
Não vai ter golpe... Não passarão... Fora temer... Não vai ter golpe vai ter luta... e quanta escaramuças verbais até que o PC do B apoiasse seu algoz Rodrigo Maia para a presidência da câmara e ainda o PT aceitasse as alianças municipais com o PMDB.
Aos guerreiros das palavras, das doces imagens, interpretes da dor alheia que nunca sofreram: vão para as putas que os pariu!
E que Deus abençoe a todos.