TROQUEM A FITA, POIS JÁ ESTÃO XAROPEANDO
Carnaval de 1975, passei em Rio Pardo, cidade hoje distante aproximadamente 2:30 horas de Porto Alegre, se viajando de carro.
De trem, as vezes levava até oito horas, dependendo dos atrasos, que eram frequentes e das passagens cedidas ao Minuano e Húngaro.
A previsão era que o trem saísse as sete horas da manhã, mas atrasou, partindo quase oito.
O maquinista de vez em quando fazia a máquina bufar, parecendo que engatava a marcha, sem sair do lugar.
Eu na segunda classe, próximo um gaudério, trajado a rigor, lenço vermelho no pescoço e um canino de ouro, manuseava um gravador k7, estalando de novo.
Até que enfim o danado funcionou, depois de abre e fecha, avança e atrasa o rapaz do banco da frente socorreu-o, para nossa desgraça.
Somente durante a espera a fita rodou os dois lados. Depois que o trem andou, ele ia virando a fita e assim fomos decorando as letras das músicas cantadas por Teixeirinha.
Possivelmente as quatro pilhas rayovac (das médias) estavam batizadas, pois mal passamos de Triunfo e Teixeirinha começou a ficar fanho, mas mesmo assim ele não deu trégua, mesmo que fosse somente um som incompreensível parecendo um uauauuau ... até que Teixeirinha desmaiou.
Pois bem, quando a fita fica rota é melhor trocar as pilhas, pois se não viramos xaropes.
De momento, além de trocar as pilhas, troquem a fita também.