LEMBRANDO PADRE MEGUMI
Entrevistei-o quando ainda pároco do Pe. Eraldo, na São Benedito. Mais tarde, deram-lhe a Paróquia Santo Expedito para conclui-la. Era a 17ª igreja a que se dedicava. Em Guarulhos de onde veio, construiu a maior paróquia da cidade. Na missão de terminar a Santo Expedito, a comunidade japonesa muito o ajudou. Promovemos jantar, lançamento de três livros. Venda de exemplares de obras. A Profª Mary Hassunuma, de Bauru, contribuiu com objetos valiosos para rifa ou serem leiloados, bem como a Estella Delafiori Hikiji. Desculpe-me se omito alguém.
Pe. Megumi chegou do Japão e dedicou à lavoura de tomate em Getulina. Certo dia caiu num poço abandonado e fraturou uma perna. Apesar da assistência médica, mancava e doía-lhe muito. Na capital, passando defronte da Igreja Santa Cruz dos Enforcados ,na Liberdade,’ onde nem o vento nem a chuva apagam as velas’, entrou e fez o pedido. Que lhe concedesse a graça de ter a perna curada e livre das dores, em contrapartida dedicaria o resto da vida à Igreja. Não sabe como, saiu da Igreja sem mancar e sem dor.
Certa manhã estava lá na ABCEL, quando apareceu o Pe. Megumi procurando o responsável que tinha faltado. Ficamos batendo um papo. Queria inteirar da minha vida. –Quantos anos de casado? – 50, respondi-lhe. –Vai celebrar?- Não. –Por causa de dinheiro? –Não. E daí ficou dando-me conselhos, mais conselhos...-Está bem, Padre. Vou celebrar. O que arrecadar vai tudo para o senhor terminar a Paróquia.
Ele concordou. Arrecadamos R$7.500,00.
Mas diante da insistência dos fieis de Guarulhos que vinham em caravanas aos domingos, ele não aguentou e acabou indo embora. Foi, de início, vigário da Paróquia Santa Rita de Cássia e , hoje, é Capelão da Casa de Repouso, Ikoi- no- Sono, entidade filantrópica apoiada pelo movimento católico que cuida de 70 idosos nikkeys.