Eu Também Vou...
O genial João Nogueira escreveu, em meados da década de 1970, a música “Morrendo Verso em verso”. Neste samba, ele relata o fim de um amor, mostra o sofrimento do ser humano pela falta da amada, suplíca a volta dessa pessoa, que não voltará mais.
Não adianta pestanejar, bater o pé, fazer pirraça. A água já passou por debaixo da ponte e, agora, só resta levantar a cabeça, virar a página, escolher uma em branco para escrever um novo capítulo. Capítulo este que precisa de nomes, cores, tamanhos e assuntos diferentes daquele que ficou atrás.
Mas a realidade é dura, crua, fria e indigesta. Ela chega, não bate à porta, entra, como se a casa fosse dela.
Depois desse choque inicial, ela mostra quem manda na relação e, indiferente dos seus faniquitos, não é tão fácil, assim, fugir da primeira pessoa do singular, muito menos da terceira.
João Nogueira morreu de Verso em Verso, e eu… Acho que também vou, de uma forma muito menos poética…