ALCAÇUZ NÃO É SÓ PRESÍDIO... ACREDITEM, TAMBÉM É DOCE!

Ha cerca de um mês, explodiu no presídio de Alcaçuz, situado na região metropolitana de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, uma "rebelião" de "presos ou presidiários".

As palavras rebelião ou presidiários não estão aspeadas para tornar minha crônica mais bonita, elas estão aspeadas por que, durante os ocorridos nos dias mais intensos de motim, este sim, o termo correto para o descontrole ocorrido dentro do presídio de Alcaçuz.

Não será nenhum pouco difícil para quem propor-se a ler esta crônica, situar-se no espaço tempo em relação a este motim prisional ocorrido no Estado do Rio Grande do Norte, por que os fatos ocorridos diretamente dentro do presídio e fora dele, na área metropolitana de Natal foram amplamente divulgados em toda a imprensa nacional e em redes sociais, deixo aqui apenas o lembrete que, em termos de jornalismo televisivo, alguns meios de informações de redes sociais ou de noticiários, faça você mesmo seu filtro e ajuste se desejar saber a verdade dos fatos do que realmente ocorreu dentro do presídio de Alcaçuz, considerado como de " segurança máxima"... Falácia...

Esta crônica pretende ser breve e objetiva e por isso devo dividir as questões as quis pretendo-me ater a três pontos fundamentais:

1- Por que esta chacina de miseráveis e excluídos aconteceu;

2- Como, segundo vimos através de Wattsapp e youtube as coisas aconteceram;

3- Será que os números do Estado estão de fato condizentes e compromissados com a verdade?

Vejamos...

Todos nós sabemos que, dentro de presídio, há regras próprias, quase tornando-os uns microcosmos, uma terra dois... Não deveria; não poderia; mas, na incapacidade do Estado de gerir aquele momento da vida de um homem onde ele cometeu um erro grave, deve ser reeducado e punido, pois assim diz a Lei de Execuções Penais, e voltar após o cumprimento de sua pena ao convívio social, torna isso uma utopia. Diante deste vácuo institucional, surge as Facções criminosas que na ausência do Estado, acolhe a massa de miseráveis que está ainda abaixo desta faixa social, daremos a eles aqui o nome de párias.

A lógica dos motivos que levam um preso a vincular-se a uma facção criminosa é simples: Ele chega no presídio só de short, sem nada, não possui ninguém que lhe entregue sequer um sabão de coco para lavar-se e, de repente, ele recebe de uma facção tudo de que ele precisa dentro de um presídio? Não dá outra... Liga-se àquela facção. Uma ligação perpétua, de vida e morte.

Aqui no presídio de Alcaçuz, existem duas facções que dominam e disputam o domínio do crime no Estado e no presídio, são elas o PCC e o Sindicato do Crime do Rio Grande do Sorte ou simplesmente, Sindicato do Crime. Antes de escrever sobre os motivos que permitiram que este motim mortal acontecesse é preciso entender a realidade do presídio de Alcaçuz e os ocorridos lá no ano de 2015.

Alcaçuz tem sido criticado por ter sido construído em local inadequado, sobre dunas, ou melhor, paleo-dunas. O problema não está onde o presídio foi construído e sim da forma como o mesmo foi construído. Sendo objetivo, o projeto de engenharia e arquitetônico elaborado na época foi totalmente ignorado e modificado, daí, não tendo em nenhum momento a eficiência e eficácia estrutural do projeto original.

Em 2015, ocorreu uma motim de presos, diga-se de passagem que contou com a participação unida e uníssona de ambas as facções pedindo a retirada do cargo de diretora do presídio. Depois de diversos dias de quebra-quebra generalizado, a diretora, hoje já finada de causas naturais não caiu... Mas todas as partes internas dos cinco pavilhões sim. Ou seja, desde o início do ano de 2015, os reeducandos de Alcaçuz estavam soltos dentro de seus pavilhões, soltos por todo o presídio, sem nada que os contivesse. Portanto, o primeiro ponto está devidamente esclarecido, Facções rivais... Nada que os separasse ou impedisse... Estava armado o cenário para as cenas de batalha medieval que seguiram-se.

O segundo ponto é certamente o mais fácil de abordar e compreender, simplesmente por que você já deve ter visto as cenas de decapitação, esquartejamento e canibalismo praticado pelos membros das facções rivais entre si, e filmados por eles mesmos, com seus celulares moderníssimos, e enviados ao mundo pela internet... Como se Alcaçuz tem bloqueadores de celular?! Não sei... Perguntem ao Papa!

Então, o que houve de fato dentro do presídio de Alcaçuz? As imagens não mentem... Imaginem um presídio com aproximadamente 1250 reeducandos, divididos em cinco pavilhões cada um com em torno de 200 homens, sem nada que os separassem? Uma batalha medieval das mais sangrentas! Simples assim... Duvida? Dá uma olhadinha no Youtube e verá.

Finalizando esta crônica, eu convido você leitor a seguinte reflexão: " Este motim de presos, que envolveu todos, absolutamente todos os reeducandos do presídio, durou em seus momentos mais tensos mais de sete dias onde os apenados ficaram por sua conta e risco, onde não houve nenhuma intervenção do Estado em impedir o massacre... Então eu lhes pergunto, os dados finais do Governo do Estado do Rio Grande do Norte estão certos e são eivados de sinceridade e verdade ao afirmarem que ao final de mais de quinze dias de motim sangrento morreram 26, fugiram 56 e 20 simplesmente não responderam a chamada?

O que acho sobre isso? Eu não acho nada... Eu tenho Certeza. Por fim, lembro a você que agraciou-me com sua atenção que, Alcaçuz é uma raiz de onde tira-se muitas utilidades, inclusive doces... Para que não fique em sua mente a palavra marcada com algo ruim...

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 03/02/2017
Código do texto: T5901419
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