HIPOCRISIA, APENAS!
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Hipocrisia, apenas, é o que está sendo com a falsa sensação de segurança e de tranquilidade que as Forças Armadas impuseram aos presos!
Se fossem usar detectores de metais por tempo indeterminada em todas as revistas que realizassem nas prisões encontrariam armas, drogas e celulares. Contudo, serão por tempo determinado de 90 dias e somente resolverão problemas pontuais e não será a solução do problema principal: o livre comércio e consumo de drogas dentro das prisões, além de uso de celulares e redes sociais. Com o trabalho das Forças Armadas, haverá redução no número de rebeliões, aliviando a pressão, mas continuará sendo uma falsa sensação de solução dos problemas, ou hipocrisia, apenas. Depois do fim do trabalho das Forças Armadas, as facções retornarão com mais força e poder e outras medidas precisarão ser implantadas para matar a raiz do problema no complexo, dominado e explosivo sistema carcerário do Brasil. Hoje, as facções mandam e desmandam nos Estados que as obedecem sem demora e sem discussões: elas matam e degolaram pessoas em Manaus, Roraima, Natal, MG e outros Estados. Pode voltar a acontecer de novo!
O Brasil precisa urgentemente a Justiça optar pela aplicação de pena social destinada ao tratamento dos condenados dependentes de drogas e outros membros da sociedade mais carente, que também sofre do mesmo drama e não podem custear prolongados tratamentos em clínicas particulares. Com a ausência do Estado, os tratamentos de dependentes químicos estão sendo realizados, principalmente, por Igrejas Evangélicas. Os tratamentos para livrá-los do vício são demorados, caros e famílias mais carentes não podem custear. Se para que isso venha a ocorrer se for tiver que mudar Leis, Constituição e tudo o que for preciso, que se faça, inclusive mudando também os políticos que criam as leis. Enquanto a sociedade não mudar sua maneira de pensar, agir e votar, o problema prisional continuará existindo. Felizmente, o Brasil está mudando aos poucos, mas está!
Qualquer vício é uma doença adquirida depois do nascimento. Livremente ninguém admitirá que seja viciado e deseje voluntariamente e sem imposição legal, se livrar dele, a não ser por medida coercitiva de um juiz e controlada pelo Estado. Além disso, outras medidas precisam ser implantadas depois para manter o controle dos que forem tratados, como já existiu no passado em Manaus, com uma ala destinada a um hospital penitenciário. Isso deveria ocorrer em todo o Brasil, mas até em Manaus o hospital de custódia para detentos foi desativado e nunca mais nada ocorreu. Notícias do Governo anunciaram um hospital só para tratar dessa doença que está dizimando a juventude. Contudo, a SEMASH, secretaria municipal que cuida dos problemas, inclusive de viciados em drogas, continua enviando-os para clínicas particulares, mesmo com o hospital anunciado inaugurado e entregue. Para cada caso será um caso a ser visto com olhar de estranhamento e preocupação porque a questão social da droga precisa ser enfrentada urgentemente, dentro e fora das prisões.
Hoje, a atuação das forças armadas nas prisões não passa de uma ação de enxugar gelo e fazer chover no que já está molhado. Depois, tudo voltará com mais força depois do fim do trabalho do Exército nas prisões.