PRIMEIRO DIA DE AULA

Meus olhos não estão rasos d’água, estão fundos d’água, o coração apertado, a garganta com nó, as mãos suarentas, é o primeiro dia de aula da Helena, Leninha, minha amada netinha. Ao acordar me abraçou e beijou, dei-lhe o mamá, troquei sua fraldinha e aos poucos vesti seu uniforme. Que gracinha !!! Vamos para a escolinha ? Vamo vovô! Levo-a até a sala, senta-se com os novos amiguinhos, afasto-me estrategicamente e enfrento o primeiro dia de escola. Como é difícil ficar de plantão, do lado de fora, para alguma necessidade. Não sou aluno de primeira viagem, já a fiz com a Malu, a outra neta, hoje com dez anos. Todavia, dez anos mais velho, a emoção cresceu, estou dez anos mais avô, dez anos mais sensível, dez anos mais amoroso, dez anos mais feliz, por vê-la em seu primeiro voo solo, e eu, aluno repetente ainda não consigo aprender a voar, sem que lágrimas molhem a pista, próximo a aterrisagem.