Preconceitos

Esta crônica foi publicada em Agosto de 1998 no extinto jornal Diário da Tarde.

O Brasil é impregnado de preconceitos alimentados por uma elite podre. Daí decorre o fato de as trabalhadores domésticas, humildes, ainda quando decentemente trajadas, não possam usar o elevador social. Não podem dividir a mesa com a família onde trabalham. Aqui, pobres e negros, índios, prostitutas, homossexuai s, aidéticos ETC, são terrivelmente discriminados.

Milito num partido político e discutimos estas questões, procurando tomar consciência e conscientizar sobre estes preconceitos através de protestos, moções e informações.

Nas eleições de 1994, o meu candidato foi vítima de um preconceito tolo: o de não ter diploma universitário. Se diploma valesse muito, o Brasil estaria no bloco do primeiro mundo. Até hoje fomos governados por diplomados. O resultado está aí! Durante a campanha, muitos eleitores diziam que faríamos um estrago no candidato já vitorioso nas pesquisas , se levássemos ao conhecimento da população a sua confessada descrença em Deus. Mas, para nós, combater o ateísmo é outra forma de preconceito e não se falou nisso. Engraçado é que a classe dominante e todo seu aparato midiático, enfocou uma descrença em Deus do nosso candidato em 1989. Em 1994, fecharam o bico sobre o outro candidato reconhecidamente ateu. Como diria um político do passado: canalhas, canalhas, canalhas.

Lair Estanislau Alves.