LEMBRANÇA DE MIL NOVECENTOS E SESSENTA E QUATRO.

Tipo o prazer (entre aspas) de participar in loco da Revolução (outro entre aspas) de 1964, inclusive vi ao vivo a prisão de comunistas na 13 de maio. Logo após entro na Universidade e passei por toda repreensão militar. Alguns familiares tiveram participação mais efetiva nessa época, principalmente meu tio do Acre, grande jurista e um idealista nato, por melhores dias. O tempo passa rapidamente, e depois tive o prazer de conviver com personagem de ambos os lados, entre esses o Ten. Aluísio, meu amigo radioamador- PT7 QC. Muito brincalhão, Aluísio era um líder nato, que desde à época dos quarteis gostava de mandar, e por isso logo se tornou pessoa muito conhecida no Brasil, na esfera radioamadora. Conhecia e mantinha ligações de amizades com muitos outros radioamadores do Brasil, entre eles estava Elmario, engenheiro que comandava a hidrelétrica de sobradinho. Entre os dois o papo rolava horas e horas adentro diariamente. Então surgiu uma oportunidade de todos se conhecerem bigode a bigode (pessoalmente), pois haveria um congresso em Aracaju, e a caravana do Ceará (comandada por Aloísio) já se aformosava para tamanho evento interestadual. Elmario então convida a caravana para pernoitar em sobradinho, pela manhã haveria um suculento café na casa do mesmo, a beira da piscina, depois partiríamos para Aracaju. Chegamos cedo à casa de Elmario, a mesa cheia de comidas tipicas, Elmario e sua esposa cumprimentaram todos e especialmente Aloísio, seu grande amigo a cinco anos de radio. Quando eu tava pra tirar a barriga da miséria estorroou a bomba de mil megatons. Elmario apontando o dedo para seu torturador nos porões da aeronáutica, foi você Aluísio que quebrou todos os meus dentes, podem pegar suas tralhas e caparem o gato. Aloísio tentou contornar dizendo que cumpria ordem mais o tiro saiu pela culatra, e todos pagamos o pato, e ficamos com fome. Nota: Elmario era lider do Sindicato em 64, porquanto Aluísio era Cabo da aeronáutica. Nunca mais se falaram.