(Re)Construtores de Épocas
Parafraseando: se o tempo faz o homem, este faz o seu tempo. Somos filhos de nossa época. E qual é a época que vivemos atualmente? Certamente um tempo em que as pessoas perderam suas referências e por isto as novas gerações parecem confusas entre o real e o virtual.
Cinéfilos que somos, eu e meu filho fomos assistir aquele filme produzido como uma adaptação de um jogo virtual para as telas. É uma oportunidade lúdica de se conscientizar da História, guardadas as proporções entre o científico, o imaginativo e a ficção, diga-se de passagem, mostrada por aquela produção cinematográfica.
“Quando eu era criança lá em Barbacena” e ia ao cinema, hoje curiosamente chamado de “Cinema de Rua” para diferenciar das “Salas de Projeções dos shoppings”, entrávamos com um “drops” de menta e um magro pacotinho de pipoca para ser saboreado em silêncio na hora do filme. Qualquer atitude suspeita ou barulho lá estava o “lanterninha” evidenciando com o foco de luz o causador de incômodos. Atualmente a moçada entra atrasada na sessão e carregando pacotes de sequilhos e toda sorte de guloseima como se fossem a um piquenique. E assim se deu neste dia do tal filme que fomos assistir.
Nada de novo ou diferente até que a porta da sala se abriu e entrou um grupo de jovens rapazes e moças encapuzados e de roupas estranhas. Escolheram justamente a fila de cadeira que nós estávamos assentados. Acomodaram-se em suas cadeiras. Pareciam personagens daquela ficção projetada na tela. Abriram seus pacotes e começou a barulheira de papel celofane e laminados. Vinham assentados logo após meu filho que incomodado trocou de lugar se posicionando antes de mim. Com a vaga deixada eu percebi o barulho mais alto: parecia que ratos gigantes roíam os seus quinhões. Reclamei e olhei à direita. Aquela moçada fantasiada pegava seus pacotes já abertos na extremidade, enfiavam a boca no interior das embalagens, pegavam uma porção e com a boca aberta mastigavam ensurdecedoramente em modo ritualístico não se importando com as demais pessoas.
Mostrei ao meu filho os modos daqueles. Então ele me explicou que há um grupo social que criou um código de conduta que consiste em se vestirem àquela moda, usarem luvas para evitarem contados pessoais com os não participantes e que tem que comer daquele jeito sem usarem as mãos ou talheres. Enfim, cada louco com a sua neurose preferida. E ainda bem que este grupo se porta assim e não como a exemplo de outros que entram no cinema para atirar como às vezes a mídia noticia. Ou ainda, a exemplo do ocorrido em Ouro Preto anos atrás, em que um grupo que jogava RPG assassinou uma jovem em ritual satânico confundido a virtualidade com a realidade.
Parafraseando: se o tempo faz o homem, este faz o seu tempo. Somos filhos de nossa época. E qual é a época que vivemos atualmente? Certamente um tempo em que as pessoas perderam suas referências e por isto as novas gerações parecem confusas entre o real e o virtual.
Cinéfilos que somos, eu e meu filho fomos assistir aquele filme produzido como uma adaptação de um jogo virtual para as telas. É uma oportunidade lúdica de se conscientizar da História, guardadas as proporções entre o científico, o imaginativo e a ficção, diga-se de passagem, mostrada por aquela produção cinematográfica.
“Quando eu era criança lá em Barbacena” e ia ao cinema, hoje curiosamente chamado de “Cinema de Rua” para diferenciar das “Salas de Projeções dos shoppings”, entrávamos com um “drops” de menta e um magro pacotinho de pipoca para ser saboreado em silêncio na hora do filme. Qualquer atitude suspeita ou barulho lá estava o “lanterninha” evidenciando com o foco de luz o causador de incômodos. Atualmente a moçada entra atrasada na sessão e carregando pacotes de sequilhos e toda sorte de guloseima como se fossem a um piquenique. E assim se deu neste dia do tal filme que fomos assistir.
Nada de novo ou diferente até que a porta da sala se abriu e entrou um grupo de jovens rapazes e moças encapuzados e de roupas estranhas. Escolheram justamente a fila de cadeira que nós estávamos assentados. Acomodaram-se em suas cadeiras. Pareciam personagens daquela ficção projetada na tela. Abriram seus pacotes e começou a barulheira de papel celofane e laminados. Vinham assentados logo após meu filho que incomodado trocou de lugar se posicionando antes de mim. Com a vaga deixada eu percebi o barulho mais alto: parecia que ratos gigantes roíam os seus quinhões. Reclamei e olhei à direita. Aquela moçada fantasiada pegava seus pacotes já abertos na extremidade, enfiavam a boca no interior das embalagens, pegavam uma porção e com a boca aberta mastigavam ensurdecedoramente em modo ritualístico não se importando com as demais pessoas.
Mostrei ao meu filho os modos daqueles. Então ele me explicou que há um grupo social que criou um código de conduta que consiste em se vestirem àquela moda, usarem luvas para evitarem contados pessoais com os não participantes e que tem que comer daquele jeito sem usarem as mãos ou talheres. Enfim, cada louco com a sua neurose preferida. E ainda bem que este grupo se porta assim e não como a exemplo de outros que entram no cinema para atirar como às vezes a mídia noticia. Ou ainda, a exemplo do ocorrido em Ouro Preto anos atrás, em que um grupo que jogava RPG assassinou uma jovem em ritual satânico confundido a virtualidade com a realidade.
Enfim, coisas do pós-moderno em que com tantos questionamentos e liberdades as referências se diluíram. Se no romantismo tínhamos o fanatismo das ideologias nesta época as gerações perderam o prumo para a reconstrução dos ideais. Agarra-se em qualquer devaneio para encontrar um princípio que for.
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 25/01/2017.
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