Eu me reinvento
Uma chuvinha mansa lá fora, enlameando as ruas onde o asfalto ainda não chegou, regando raízes, que um dia florescem, esverdeando o mundo, pincelando cores, salpicando jardins. Não será um dia como o de ontem, então me reinvento no meu café. Faço diferente. Tomo em uma mesa sem aparatos, não acendo a luz, me faço prosa na penumbra, cercada pelos cadernos, livros, computador, agenda e fone de ouvido dá noite anterior. Sem pressa, molhando o pão amanhecido no café, como na casa dos meus pais. Aproveito o friozinho na pele, o respirar pausado, o sentido do instante que se faz calma e oração. Na caneca retrô, presente da filha, vejo a vida que, continua no novo, sem desperdiçar o passado; ombro que me sustenta. Não preciso fazer tudo igual, não preciso do Sol, da energia para enxergar a luz. Nesta manhã, a descortino dentro de mim, na serenidade do meu café e a cristalizo em crônica. Que fazer? Se ela é graxa das minhas engrenagens do pensar. Então um bom- dia queridos amigos iluminados. Abraço da Olynda