Essa terra não tem homem!!!

Mimoso do Sul, pequeno rincão localizado no Espírito Santo, é a cidade onde nasci, passei alguns anos felizes e inesquecíveis de minha juventude e para onde retornei há alguns anos, talvez por, como dizem que os elefantes o fazem, dirigindo-me ao local que me acolherá dentro de algum tempo de forma definitiva. Por singular e em quantidade infinitamente superior a qualquer outra cidade, Mimoso tem uma característica única dentre as tantas deste nosso Brasil: a quantidade de excêntricos, desparafusados mesmo.

Hoje bem menos que em outras épocas, creio que por ação das administrações municipal que se incumbiram de despachá-los para outros cantos, talvez preocupadas com as dimensões que estava tomando o problema e já amplamente comentado além de nossas fronteiras, certamente que alardeadas pelos muquienses com quem sempre nos mantivemos em guerra nesse relacionamento de comadres ou, até mesmo, por sabotagem dos sãopedrenses, capitaneados por Juracy, Gaioti e Maneca, com o propósito de retornarem a sede do Município para lá. Outra hipótese plausível é a de que pelos invasores de Conceição e Santo Antonio e que já começaram a se apossar de todo o município, restando pouco de nossas raízes e tradições, como já denunciei em outras crônicas, preocupado com essa evasão.

Mas, como estava dizendo, da pujança das dezenas que tínhamos há anos, com uma profusão de Sabuco, Bolão do Vasco, Mané Losa, Puxa Vante, Calil Morreu, etc., hoje somente nos resta o Miguel que joga paus e pedras em quem se atreva a chamá-lo de Paola – não sei porque, já que um nome tão bonito – e até mesmo o Deputado Dejair Avestruz que foi levado para longe por parentes, depois da despedida de nossa heroína desta crônica, Nair, que foi quem alardeou há décadas que nossa terra brasiliense carecia de homens no mais estrito sentido da palavra, repetindo ad nauseam o que viria a se tornar um bordão que a identificava: Oh, terra. Essa terra não tem homem!!!

E apesar de o repetirmos somente para implicar com ela e mesmo que escondidos para fugirmos de sua fúria, hoje, após tantos anos, ao vermos a verdadeira zona em que se tornou nosso País, constatamos que ela profetizava em termos globais e não somente se referindo a esse rincão em que vivemos e que amamos, sendo indispensável complementar, apesar de tudo.

Somente a absoluta inexistência de espécimes masculinos pode explicar a passividade que sempre nos acometeu durante toda nossa história, fazendo com que um pais com dimensões continentais e privilegiado com todos os recursos como os temos, sejamos ainda e cada dia mais uma naçãozinha qualquer de terceiro mundo, uma republiqueta de bananas vilipendiada, roubada e acovardada perante todas as demais e, o pior, perante nós mesmos. E ainda rimos dessa desgraça que nos acomete diariamente, publicando piadas na internet, aguardando que resolvam nossos problemas, em nosso nome, permanecendo passivos e bajulando aqueles.

Falta-nos uma história de que nos orgulharmos – aqui, o estudo e o conhecimento de nossa própria história nos denigre, pois ela foi escamoteada por esses tantos vendilhões para que não seja conhecida. Falta-nos heróis, pois os verdadeiros heróis que nos presentearam com seus exemplos de vida foram ridicularizados por essas corjas que nos roubaram durante todos esses anos e continuarão fazendo-o a até mesmo o orgulho de sermos brasileiros.

Ainda é tempo de passarmos o Brasil a limpo, mesmo que para os resultados serem desfrutados por nossos netos, pois não mais temos tempo para tal. E, infelizmente, temos que reescrevê-la com sangue, pois esses animais - que os animais, que têm dignidade, me perdoem - que se locupletam e infestam os palácios em todos os Estados e principalmente em Brasília não largarão os ossos sem por eles brigarem até que derrotados e colocados no único local que lhes é devido – perante um pelotão de fuzilamento ou pendurados em forcas como retribuição pelo tanto mal que causaram.

Falta-nos uma tradição de lutas por causas nobres, todos os grandes acontecimentos, diferentemente de em outros países, foram obtidos na base do grito – D. João VI, após falir o Banco do Brasil por quatro vezes, alardeou que daria o exemplo e que pagaria suas contas – de que ninguém tinha sequer ideia do montante - junto ao banco doando-lhe seus diamantes, ouro e pedras preciosas e conclamou a que todos também o fizessem. Quando o fizeram, saqueou o Banco, levando além de todos os bens, até os móveis e pertences do Banco em seus navios para Portugal; D. Pedro I, ao parar às margens do Ipiranga acometido por uma diarreia inadiável, sacou a espada e proclamou a Independência, como se se rebelasse contra seu pai, como se um adolescente revoltado; A Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, “libertando” os escravos e submetendo-os à escravidão do empreguismo, sem lhes dar condições de tal; Marechal Deodoro proclamou a República sem qualquer contestação; na revolução de 1964, finalmente correu sangue – um soldado mineiro que não estava a fim de marchar até o Rio, deu um tiro no próprio pé para não fazê-lo e o Forte de Copacabana, pasmem, foi tomado com um único tapa na cara dos sentinelas que o guardavam, aplicada por um general, perpetuando a expressão tão usada : “sabe com quem está falando????” que se tornou o bordão de todas essas “otoridades”. Mais tarde, em 1968, sim, correu novamente sangue, apesar de que muito dele decorrente dos “justiçamentos” que esses salvadores da pátria de hoje fizeram, assaltando, assassinando, roubando e explodindo tudo a sua frente e depois respondidos pelas Forças Armadas. Pobre Brasil, realmente muito pobre sua história.

Hoje, quando se vê uma nação não de joelhos, mas de quatro e rebolando as nádegas provocativas para os Renans e Maias e seus séquitos de deputados e senadores corruptos perpetuando suas trapalhadas, com um Executivo repleto de Ministros que deveriam estar atrás das grades por corruptos que são, com um S.T.F. e Judiciário acovardados e inertes frente ao tanto que tem para ser feito e que não fazem, ambos como meras prostitutas mendigando por mais benesses além das que desonestamente se concedem e concederam, tendo que negociar com este quarto poder de FARC, PCC e PQP que os Lulas e Dilmas criaram e insuflaram para a perpetuação de suas roubalheiras, vendo o TSE autorizando a posse de edis que são diplomados algemados, enquanto todos nós nos quedamos assistindo e sem fazermos nada, vem-nos à mente o bordão que Nair profetizava e realmente com ela concordamos e concluímos: Oh, terra! Essa terra não tem homem!!!

LHMignone
Enviado por LHMignone em 20/01/2017
Reeditado em 24/01/2017
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