Câncer e depressão, eu já tive câncer e faço tratamento de depressão.
Dizem que o câncer é uma doença, patologia psicossomática de pessoas que são depressivas.
Eu vim para São Paulo com três filhos pequenos, separada do esposo que bebia demais e era muito agressivo, muito embora fosse uma pessoa muito boa de coração.
Vim tentar uma vida melhor, já que também estávamos falidos, por causa da política econômica do Sarney. Como aumentou de repente a inflação, não aquentamos pagar um empréstimo para lavoura e roçar pastos, tínhamos vacas leiteiras e vivíamos disto. Os juros ficaram tão altos, e as parcelas não eram fixas, muita gente da zona rural faliu e tiveram que entregar as terras alugadas, e meu esposo que já bebia, não aguentou e se transformou num alcoólatra. Eu lecionava numa escola de zona rural e ganhava meio salário mínimo, larguei tudo.
Pois bem aí já começou uma fase muito difícil, e vim com 27 anos e meus três filhos, tentar a vida aqui, e logo consegui um emprego numa multinacional de produtos químicos, trabalhei como faxineira e no final ajudante em laboratório, estava até fazendo um curso de técnico em química, quando descobri, em 1998 que tinha melanoma maligno no pé.
Minha vida acabou naquele instante, mudei completamente, ainda bem que já estava casada com este esposo atual, que me ajudou a criar os filhos. A depressão bateu forte, eu estudando, lutando para ter uma vida melhor para meus filhos e aquela notícia, as cirurgias, o enxerto, as idas para o Hospital do Câncer A C Camargo em São Paulo. A saída da empresa, tudo foi um golpe muito grande, nunca mais fui a mesma. A depressão que começou naquele tempo continua até hoje, com sequelas de agorafoia, e já tive até com bordeline, quase fiquei louca.
Os médicos do hospital sempre recomendava fazer alguma coisa para superar, quando em 2000, nasce mais um tumor no umbigo, mais cirurgia. Então comecei a estudar em 2003 e, 2008 quando me formava o câncer voltou no útero, fiz tratamento aqui em Suzano mesmo, pois as idas em São Paulo ficaram mais difíceis, perdi o útero, a depressão ficou ainda pior por que perder o útero implica para algumas mulheres perder hormônios. Estudei mas nunca trabalhei pois estava aposentada e nem aguentava, pois não saia de casa sozinha e os anti depressivos deixa a pessoa meio grogue, só saio acompanhada. Tentei suicídio em 2009/2010,
E de lá para cá minha saúde piorou muito, preciso tomar remédios para ter energia mental, insónia e as doenças crônicas que tomaram conta de mim. Sinto muita falta de ar e cansaço, mas vou controlando cada problema com remédios. Ficou em mim a paranoia do medo do câncer voltar. Enquanto fazia o curso perdi duas professores por causa de câncer. Quando tive nódulo no seio fiquei apavorada, e agora com nódulos na tireoide mais ainda. Minha vida é enfrentar a depressão e o medo.
Há três anos que encontrei o recanto das letras que tem me ajudado muito a enfrentar tudo fazendo minhas poesias, mostrando o lado bom de mim, talvez seja mesmo em uma missão. Pois todo os dias agradeço a Deus por estar viva. E devagar vou levando a vida, vivendo mais virtualmente que tudo, uma ou duas vezes por ano saio com minha filha, ou algum irmão, para visitar meus pais em Minas, e ir em minha outra casa em Caraguatatuba. Mesmo não entrando no mar, perdi a vontade, gosto de mudar de ares, mas logo a vontade de vir embora também me assola. Não aguento acompanhar meus filhos, e fico mais é em casa mesmo. Mas agradeço a Deus pela vida, e ver nascer meus netos...Meu sofá é o meu lugar no mundo atuamente, e a internet que me ajuda a viver. Fico pensando se eu existiria ainda sem ela.
Dizem que o câncer é uma doença, patologia psicossomática de pessoas que são depressivas.
Eu vim para São Paulo com três filhos pequenos, separada do esposo que bebia demais e era muito agressivo, muito embora fosse uma pessoa muito boa de coração.
Vim tentar uma vida melhor, já que também estávamos falidos, por causa da política econômica do Sarney. Como aumentou de repente a inflação, não aquentamos pagar um empréstimo para lavoura e roçar pastos, tínhamos vacas leiteiras e vivíamos disto. Os juros ficaram tão altos, e as parcelas não eram fixas, muita gente da zona rural faliu e tiveram que entregar as terras alugadas, e meu esposo que já bebia, não aguentou e se transformou num alcoólatra. Eu lecionava numa escola de zona rural e ganhava meio salário mínimo, larguei tudo.
Pois bem aí já começou uma fase muito difícil, e vim com 27 anos e meus três filhos, tentar a vida aqui, e logo consegui um emprego numa multinacional de produtos químicos, trabalhei como faxineira e no final ajudante em laboratório, estava até fazendo um curso de técnico em química, quando descobri, em 1998 que tinha melanoma maligno no pé.
Minha vida acabou naquele instante, mudei completamente, ainda bem que já estava casada com este esposo atual, que me ajudou a criar os filhos. A depressão bateu forte, eu estudando, lutando para ter uma vida melhor para meus filhos e aquela notícia, as cirurgias, o enxerto, as idas para o Hospital do Câncer A C Camargo em São Paulo. A saída da empresa, tudo foi um golpe muito grande, nunca mais fui a mesma. A depressão que começou naquele tempo continua até hoje, com sequelas de agorafoia, e já tive até com bordeline, quase fiquei louca.
Os médicos do hospital sempre recomendava fazer alguma coisa para superar, quando em 2000, nasce mais um tumor no umbigo, mais cirurgia. Então comecei a estudar em 2003 e, 2008 quando me formava o câncer voltou no útero, fiz tratamento aqui em Suzano mesmo, pois as idas em São Paulo ficaram mais difíceis, perdi o útero, a depressão ficou ainda pior por que perder o útero implica para algumas mulheres perder hormônios. Estudei mas nunca trabalhei pois estava aposentada e nem aguentava, pois não saia de casa sozinha e os anti depressivos deixa a pessoa meio grogue, só saio acompanhada. Tentei suicídio em 2009/2010,
E de lá para cá minha saúde piorou muito, preciso tomar remédios para ter energia mental, insónia e as doenças crônicas que tomaram conta de mim. Sinto muita falta de ar e cansaço, mas vou controlando cada problema com remédios. Ficou em mim a paranoia do medo do câncer voltar. Enquanto fazia o curso perdi duas professores por causa de câncer. Quando tive nódulo no seio fiquei apavorada, e agora com nódulos na tireoide mais ainda. Minha vida é enfrentar a depressão e o medo.
Há três anos que encontrei o recanto das letras que tem me ajudado muito a enfrentar tudo fazendo minhas poesias, mostrando o lado bom de mim, talvez seja mesmo em uma missão. Pois todo os dias agradeço a Deus por estar viva. E devagar vou levando a vida, vivendo mais virtualmente que tudo, uma ou duas vezes por ano saio com minha filha, ou algum irmão, para visitar meus pais em Minas, e ir em minha outra casa em Caraguatatuba. Mesmo não entrando no mar, perdi a vontade, gosto de mudar de ares, mas logo a vontade de vir embora também me assola. Não aguento acompanhar meus filhos, e fico mais é em casa mesmo. Mas agradeço a Deus pela vida, e ver nascer meus netos...Meu sofá é o meu lugar no mundo atuamente, e a internet que me ajuda a viver. Fico pensando se eu existiria ainda sem ela.
OBS como vou escrevi um livro com minha autobiografia, já vou deixando textos registradas, para depois apenas, revisar, editar, escrever mais detalhadamente cada pedaço. DEPRESSÃO É UMA DESGRAÇA...INFELIZMENTE