Slackline e a vida.

Após a caminhada pelo parque do bairro, sentei-me para descansar, olhar as arvores, e fantasiar sobre as brincadeiras de passarinhos (adoro!!). Mas minha atenção desta vez se deteve em um grupo de jovens praticantes de slackline. Para quem não conhece, consiste em uma fita tensionada sobre a qual os participantes caminham se equilibrando.

Concluir um trajeto não parece ser, nem de longe, a coisa mais fácil e tranquila que se possa fazer em um parque, requer concentração, foco e equilíbrio. Mas se constata que a prática torna o atleta mais habilidoso e consequentemente mais ousado. Em dado momento notei que em outro canto as fitas se uniam como que formando um Y, em ambos os lados após a vértice havia um participante, a dificuldade era muito maior, e a conclusão do percurso raramente ocorria.

Imediatamente comparei o esporte à vida. Caminhar requer vontade, determinar um foco, concentrar-se, manter o equilíbrio, aprender a cair e a se levantar. Quando unimos nossa vida à de outra pessoa, é preciso entender que o outro igualmente esteja lutando para se manter no seu roteiro, que provavelmente irá desequilibrar-se tanto quanto nós, e que, por determinado período será necessário administrar também a instabilidade do parceiro, para não sairmos ou cairmos de nosso próprio eixo. Atenção à fita, controle de sí, sentir o companheiro e manter o equilíbrio...ufa ! !

Soube depois que o slackline não se limita ao percurso, há evoluções para os mais experientes ( trickline, highline, longline, ...), e que a prática do esporte agrega força física para os praticantes, visto requerer controle muscular constante. Tal qual como a vida, que fortalece àqueles que se atrevem a equilibrar-se e persistirem até vencer seus próprios e crescentes desafios. Olho na fita ! !!