Enquanto Wilson...

E o que dizia a carta?

"Há muito tempo não nos falamos.

Não nos vemos.

Não faço ideia de teu paradeiro, Wilson. Não tenho a menor ideia de onde você tenha ido depois daquele nosso encontro naquele restaurante em SP, numa noite de chuva. Você estava chateado com algo. Tua feição era soturna. Olhara-me nos olhos menos de uma vez. Wilson... Wilson?

Wilson, você está aí, ó. Você ainda está aí, não?

Wilson?

Wilson, a vida tem dessas, Wilson. É um abrir e fechar de olhos em que nos perdemos em (des)encontros, livros, páginas, capítulos, parágrafos, períodos, frases. Fases...

Wilson... A vida segue.

A vida segue.

Wilson, prometo que, se a gente s'encontrar novamente, e você assim me permitir, eu apertaria tua mão. (Lembro-me que você não reagia muito bem a abraços. Normal. Eu respeito isso em ti.)

Cordialmente,

Dáblio Vê"

-- E estamos aí. Vamos por procurar por Wilson. Quem sabe s'ele não nos encontra primeiro?

-- Olhe... Sei não. Wilson não era muito sociável. Mas tentemos. Tentemos falar com ele.