Moinhos de Vento
Sabe aqueles gigantes Sancho? Nós os enfrentamos e conseguimos vencer mais uma batalha. Não somos tão fracos como disseram aqueles senhores bem vestidos. Não somos loucos Sancho! Vislumbramos um universo bonito cheio de possibilidades. Aqueles gigantes nos aterrorizavam, nos aprisionavam, nós tínhamos que detê-los. Sei que você está decepcionado meu nobre amigo, mas de que vale viver uma vida de ilusões? De que nos adianta criar tais criaturas se corremos o risco de sermos devorados? Iriamos morrer amigo, e quando sua alma chegasse sucumbida de ódio ao recanto celestial a quem você culparia? A mim, a Deus ou si mesmo? Nós os vencemos, encurralamos-os, enfiamos nosso punhal bem no coração daquele infeliz. Não desperdice essas lágrimas Sancho, és um guerreiro, olhe bem para sua armadura, não percebe que ela impediu que fostes abocanhando por aquele grandão? Claro que você está ferido, estou vendo seu sangue, mas não precisa chorar companheiro, triunfamos, somos vencedores. Derrotamos o fantasma que nos assombrava, quantas noites sonhamos com esse momento de liberdade Sancho? Estamos livres! Nada mais nos impede de seguirmos nossos caminhos, chega de gigantes, batalhas, sangue derramado. Estamos vivos! Apunhalámos a última criatura, não existem mais gigantes apenas moinhos de vento.