Jeitinho Brasileiro Burla a Ética

Arautos da ética e da moral, ávidos em apontar o descalabro alheio, também são flagrados cometendo infrações, sob o pretexto de que são de natureza leve. Entretanto, não há como se definir ilicitude leve, média ou grave, assim como pequeno ou grande ladrão. Todos são desonestos e pronto. Furar a fila dos idosos, estacionar em lugar indicado para cadeirantes, sem o devido enquadramento para tal, não deixa de ser falta de ética e desrespeito à cidadania. Com a maior cara de pau, muitos assim procedem, sob o argumento de que é por pouco tempo ou que ali não há fiscalização. E quando um terceiro lhe faz uma advertência, indicando a irregularidade, tem como resposta: “nem sou cego nem analfabeto”, assumindo que o fez conscientemente. Reclamar sem estar investido no cargo de fiscalizador é sempre um risco de ouvir despropérios. E haja paciência para constatar tanta ilicitude e ter de ficar de bico calado. Que me desculpem os infratores, mas eu sou daqueles que “botam a boca no trombone”.