REVISTA EM QUADRINHOS
Meu netinho Lucas há cerca de dois anos gostava muito de um famoso carro vermelho chamado entre as crianças de McQueen. Todos os demais brinquedos eram sempre preteridos em face do McQueen, bem trabalhado na internet, nos vídeos e nos filmes pela indústria digital. Eu sempre quando ia comprar algum brinquedo para ele só procurava nas prateleiras das lojas o famoso carro.
Como os adultos as crianças também mudam de gostos, de atitudes, de preferências, e o fazem com muita mais celeridade que nós próprios. Agora já não é mais o McQueen o brinquedo privilegiado do meu neto, mas a figura que encanta a todos por suas ações contra os homens maus – o Homem Aranha.
São os bonecos mais diversificados que representam o Homem Aranha, a sua máscara, a sua roupa vermelha, as suas luvas de onde saem os fios da teia de aranha, as imagens, os jogos eletrônicos, os painéis com a sua figura, os vídeos, os filmes, enfim tudo que contenha o Homem Aranha tomou o lugar do McQueen. Bem que o McQueen poderia ter sido escolhido o carro do Homem Aranha, mas nem isso.
Nesse novo cenário estão também as revistas em quadrinhos com as histórias do Homem Aranha. E então, como fazia em relação ao McQueen, o que vou encontrando sobre o Homem Aranha vou levando para Lucas, inclusive as histórias dele em quadrinhos, que Lucas vai devorando acelerado. Mas, antes que eu passe para ele as revistas, eu leio as histórias, até para facilitar minha comunicação com Lucas quando ele passa fazer a sua leitura ou quando procuro fazê-lo juntos.
No entanto, se a minha intenção é alegrar o meu neto dando-lhe a oportunidade de fazer a leitura que gosta, estou também me deliciando com essa leitura, que me remete ao meu tempo de criança, quando eu lia as revistas em quadrinhos com as histórias dos meus heróis O Fantasma, Mandrake, Capitão Marvel, Capitão América, O Zorro, Tio Patinhas, Mickey Mouse, Bolinha, Luluzinha, Irmãos Metralha, Pato Donald, Popeye e outros.
Assim, a minha interação com Lucas pela revista em quadrinhos me faz ser mais uma vez criança com os meus gibis, lembrando-me das mágicas de Mandrake, da avareza do Tio Patinhas, das trapalhadas dos Irmãos Metralha, do Clube do Bolinha em que menina não entra, de Popeye ficando forte comendo espinafre para ganhar de Brutus e conquistar Olivia Palito, de tantas histórias mais no meu reino encantado de menino que divido com meu neto.