Los Pitanguapos...

Vencendo as mais pressagiosas previsões - entre as quais, a que a cerveja broxa - sofrevivemos 2016, para entrarmos, um pouco mais enrugados, mas igualmente guapos, o exercício de 2017. E nenhum lugar melhor do que o Bar/Mercearia Lili para essa celebração da confraria dos Amigos de Pitangui.

Temer o quê, afinal? O destino nos zuniu, e mesmo essa vergonha casoýstica que anda o nosso Brasil, o bom é constatar de que do pau ninguém fugiu.

Sob a presidência vitalícia - e reconfirmada por aclamação e acalmação do impagável Juarez Machado, a sessão foi aberta solenemente, a despeito dum toró que parecia iminente. E foi chegando gente. Ao cabo, e rabo, devem ter passado de trinta as presenças.

O anfitrião aniversariante, antenado e amigo de todo instante, Marcondes, igualmente afiado Machado, lá estava es-tonteante, saudando a todo chegante com a sua camisa histórica da já há muito broxada, mas ainda gloriosa Associação Atlética Portuguesa de Desportos.

Embora sentidas, e sempre justificadas as ausências dos quase 90% dos confrades, tocou-se o barco, no mais puro e etílico enxarco. E também se tocou música. Divinamente. Escolha acertada essa dos primos Dênio e Samuel, guitarra e teclado - e vozes - sempre prontos a entornar as caldas...Entertainers que poderiam muito bem nos representar na cerimônia do Oscar, no lugar daquela que é grande atriz, e que não deixa de ser a Glória, mas que no ano passado não passou de glande atrás...atroz.

Muita canção foi tirada do baú das saudades e emoções imorredoras. Ou imorredouras? Cadê o Professor-terror das argüições para dirimir essa dúvida? Do The Millionaire à Última Canção, passando-se por todos aqueles prefixos e sufixos musicais do Cine Pitangui dos anos sessenta - que ainda fazem gelar a espinha de tanta lembrança, e lambança boa, que a gente ri, ou choratoa...

Os conhecidos clãs-patrícios de nossa Velha Serrana fizeram-se representar, como de hábito, e de vício do ofício, e nomeá-los aqui seria tarefa prazerosa não fosse a memória que anda cambaleando. Botemos a culpa na ressaca, afinal, até a saideira a coisa não foi nada ligeira, com o teor etílico elevando-se feito balão de São João.

E entre os não, mas muito pró-pitanguienses e simpatizantes da causa, cabe ressaltar que houve pelo menos três presenças estrangeiras, cujas traduções para os nomes sigo aguardando...e isso sem contar o inefável Marcelo, que é o melhor Spray to keep the mosquitos away...

E vai-se mantendo viva e rediviva a tradição de se reunir o grupo. O que me deixou um tanto preocupado, no entanto, foi a confirmação, da boca do próprio Presidente-Vitalício, de que está prestigiado no cargo o Diretor Esportivo, Gilbécaud...um desplante, sinal de que meu sonho de ao menos pegar um banco ainda há de gramar muito.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 12/01/2017
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