A PASSARELA DO CRACK NA AVENIDA CONTORNO EM SALVADOR - BA

Como solteropolitano desde os 6 anos de vida, sinto-me envergonhado e indignado pela forma em que os poderes públicos mortos que mandam e desmandam a nossa Bahia especificamente Salvador a terceira maior cidade do Brasil.

Vejam bem se eu tenho ou não tenho razão:

De um lado, um dos mais belos visual e cartão postal de Salvador como a Ilha de Itaparica, a entrada da Baía de Todos os Santos e do outro lado, a movimentadíssima Avenida Lafayete Coutinho (Avenida Contorno). No meio da mesma, quem se arrisca a passar, é obrigado a se desviar dos inúmeros montes de sucatas, monte de fezes humanas e de um monte de pessoas que estão por ali bestando num único sentido:

Fumar uma pedra de crack.

Este é o cenário desolador e constrangedor para nativos e turistas que ousam passar às vêzes por ali.

Logo acima, existe uma comunidade da Gamboa, cuja a via vai da entrada do ponto turístico chamado Solar do Unhão até a entrada do Vale do Canela que deveria ser percorrida e usada por moradores da capital baiana e por turistas, se transformou num tremendo pátio para consumo e venda de pedras de crack.

" Quer o quê? Massa ou pedra? " pergunta um elemento sem nenhum decoro ou pudor, um cara vestido apenas por trapos. Um vagabundo com um fixador de parafusos na perna direita para fraturas ósseas exposto e feião.

E esse mesmo cara fica abordando quem passa, sob o viaduto do Campo Grande outro cartão postal e lindo de Salvador. Cujo o mesmo fica depedrado defecado e mijado sempre depois do carnaval.

Aí o cara fica na ansiedade para vender, mas recebe uma negativa, frustrado vai embora.

Não é nada não; Aquele ou aquilo que se pode chamar de ser humano ou resto de ser humano, à as margem da sociedade, de feições esquálidas e desfigurada que reside em um ambiente onde a imundície impera e o fedor de urina e fezes são permanentes.

Imaginem vocês um caminho de 1,80 de largura com uma via longa de aproximadamente 800 metros de comprimento ladeando a Avenida Contorno do lado do mar.

Senhoras, senhores, adultos e jovens, lutando contra a chuva, alguns abrigados sob um plástico velho, outro abrigado sob uma porta velha de geladeira tentando queimar um cachimbo improvisado.

Não liga para que passa ou caminha ao seu lado. Pode ser um transeunte comum ou um policial, não dão a mínima mesmo.

Não demora muito e a mesma cena se repete. Aí, um jovem de menor tenta se proteger com seu farrapo de guarda-chuva que é destroçado pelo vento e pela chuva, o outro tenta se proteger em baixo de uma porta de geladeira. De repente, a porta cai e descobre as mãos que seguram firmemente um cachimbo do crack, fechado em si com a sua postura adequada e de quem fuma crack ......Agachado.

Fuma sem ser incomodado pelo tempo chuvoso ou por qualquer fator.

Na passarela do crack, sob o sol ou sob a chuva, o consumo não para assim que nem o tempo. Seus usuários por ali transitam na Avenida Contorno sem nenhuma preocupação.

E se não há o que fumar, percorrem toda a via, sempre olhando para baixo, rastreando possiveis restos de pedras que ainda possam ser reaproveitados para nova queima.

Se chove, dali eles não saem. Entocam-se debaixo de suas lonas, pedaços de plásticos e papelões ou se aglomeram com quem tem um guarda-chuva.

Existem grupos de até seis pessoas sob o mesmo abrigo improvisado.

Os olhares para os intrusos, são sempre desconfiados, mas não chegam a ameaçar. Alguns fazem menção à venda de drogas, outros gesticulam com a cabeça, medindo quem tem coragem de passar.

A coisa é feia e triste.

Os usuários ficam espalhados por toda extensão da via, mas, há dois pontos mor de concentração. Um fica ca altura da Rua da Gamboa de Cima, onde uma passagem subterrânea permite passar de um ponto a outro sem atravessar entre os carros e as policias civil e militar também conhece esses caminhos de olhos vendados.

Mas quem disse que eles vão lá tentar coibir essas ações....Eu quero é prova e mudo meu nome se isso acontecer....Nunca !!

Ali, misturam-se homens e mulheres, velhos e velhas, adultos novos e adultos velhos, gestantes, adolescentes e crianças arrepiando e arrepiados pela droga e as vêzes na abstinência fazem terror.

A disputa pela droga é intensa e não é raro se presenciar discurssões entre os próprios usuários que inclusive chegam a disputar pedras de crack na base da agressão física .

Pois é meus amigos; A passarela do crack se transformou para nós nativos e turista uma zona quase proibida. Moradores da região e incautos, evitam transitar por ali e turistas são alertados do perigo de roubos e assaltos.

E enquanto isso, carros continuam subindo e descendo pela Avenida Contorno. Ali abaixo, a baía continua convidativa.

Entre uma coisa e outra, a passarela do crack continua e continuará com seu cenário nem tão particular, de sucatas, fezes humanas, pedras queimadas, feições desfiguradas e vidas que se acabam nas fumaças, enquanto as nossas autoridades permanecerem com esse descaso total fazendo vistas grossas ou mandando dar sumiço nesse pessoal quando alguma ou algumas figuras importantes de outros países nos visitar.

JOSÉ JOAQUIM SANTOS SILVA

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José Joaquim Santos Silva
Enviado por José Joaquim Santos Silva em 11/01/2017
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