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Dia estranho, tarde cinza e fria, consegui por os pés na calçada, mas rapidamente tive que volver, as lembranças me tomaram de assalto, e passei a reviver todos os momentos da guerra que travei dentro de mim ao longo desses anos todos, e percebo que está no fim, é que estou em casa, de onde escrevo posso ver às águas do rio descendo lentamente, o que me faz perceber que estou parado, que o tempo passou para mim, que não mais me encontro, tampouco sou o mesmo, às águas passaram.
Muitas baixas, feridas, na tentativa de me consolar eu respiro fundo e digo a mim mesmo, que todo o caos dessa minha guerra interna me trouxe até aqui, e que é a causa de está me sentindo estranho e das dificuldades em sorri, um típico veterano, especialista em planos, sendo que o maior deles é não me incluir.
Não mais me adapto, evolui e me tornei uma máquina de pensamentos, contrário a todos e a tudo, e acabei criando o meu mundo, e acabei ganhando a patente suprema de ser o General do contra, a habilidade de questionar, e aí, há quem diga de ser antipático, me trouxe até aqui.
Olhares e cumprimentos de todos os modos, deboche e respeito, mostraram-me como sou visto, e como percebem-me como perigo de conseguir o que por eles não pode ser feito.
Os ataques por mais ineficientes que sejam, me fazem lembrar do Guerreiro que me tornei e que ainda sou, devido a minha capacidade de repelir, mestre na arte de ficar acordado de forma involuntária, perito em atirar verdades, destemido por não fugir a nenhum embate, são características do mostro que eles veem em mim.
Como todo veterano estou sempre em alerta e vislumbrando perigo, principalmente os que podem advir dos falsos amigos, é que a guerra aperfeiçoa os sentidos, potencializa a solidão, e com tudo isso vão e vem, sendo que apenas os bons e destemidos soldados ficam e como prêmio ganham a oportunidade de ficarem a sós consigo mesmos, pois nem mesmo os soldados inimigos eram tão dissimulados e falsos, podendo até serem chamados de irmãos, de guerra.
Uil