UM DOMINGO DO JEITO QUE GOSTO

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Segunda-Feira, 9 de Janeiro de 2017

    Ontem, Domingo, tomei um pouco de coragem e resolvi esticar as canelas. Minha e da motocicleta, que já anda parada mais tempo do que deve e devia. Então, logo cedo, sai de casa em direção à Rio das Flores, que é uma pequena cidade localizada acima de Valença, praticamente à beira do Rio Paraíba do Sul.

    Era por volta de cinco horas da manhã, ainda estava escuro, mas toquei em frente, sem medo e sem susto. Até porque já estou tão acostumado a esse tipo de ação que não me é nenhuma novidade. E como parte do caminho é feito pela Rodovia Dutra, pedagiada, e com muito boa condição de asfalto e sinalização, mesmo ainda escuro, não encontrei nenhuma dificuldade em seguir em frente.

    Sempre que saio em viagem de motocicleta pelas estradas, o faço dentro do padrão completo de segurança, usando todos os equipamentos de praxe. Então optei pelo casaco que possui proteções metálicas, e reforço interior, o que representa dizer que promove aquecimento maior ao corpo. E de início, fiquei um tanto incomodado por isso. Aqui em baixo não havia chovido e a temperatura estava alta, mesmo na madrugada.

    Mas ao percorrer uns cinquenta quilômetros, já em Engenheiro Pedreira, tudo mudou. A pista ainda apresentava sinais de que havia chovido por ali mais cedo, com a temperatura se alterando para baixo, o que passou-me uma nova sensação: a de frio.

    O interessante é que a partir desta distância do centro da cidade, tudo muda no ambiente. Já não se vê mais urbanidade e sim só vegetação. E desta parte em diante o dia já começava a clarear, facilitando a visão e o percurso. E quando subi a Serra das Araras o dia já havia clareado totalmente.

    Levei aproximadamente três horas para chegar ao destino. Uma viagem tranquila, sem nenhum contratempo. O único deles foi aquela sensação de frio que me acompanhou em parte do trajeto. Mesmo bem trajado com casaco próprio para isso. Talvez tenha estranhado um pouco devido ao tempo em que fiquei sem praticar tais passeios. Mas foi coisa passageira.

    A cidade de Rio das Flores é bem pequena. Sem muitos atrativos. Mas é fator de minha preferência porque me identifico com lugares assim. Longe dos burburinhos de uma cidade grande e agitada. E é própria, apenas, para aqueles que querem paz e sossego. Ter uma vida sem corre corre, onde o dia demora a passar e não causa nenhuma pressão na vida daquele que a escolhe.

    Um fato interessante que chamou-me atenção foi ver que ainda existe estações de trem naquela trajeto. Apenas já não estão ali os trilhos da estrada de ferro. Uma pena. Porque um país como o nosso, muito grande, deveria fazer uso do transporte ferroviário na maior parte das regiões. Mas, parece, a visão dos homens públicos brasileiros atuais é limitadíssima.

    Na volta, escolhi fazer um outro trajeto. Fui em direção à BR-040, onde a acessei na beirada do Rio Paraíba do Sul, já que fiz o percurso margeando-o desde um pouco depois de sair de Rio das Flores. Ali é a divisa de estado entre Minas Gerais e Rio de Janeiro.

    E mais abaixo, na passagem por Com. Levi Gasparian, que é uma outra cidade do estado, desviei-me até o centro dela só para conhecê-la. É outra cidade pequena, também localizada às margens do mesmo rio. No entanto nem parei a motocicleta. Fui até depois do centro da cidade, um pouco, retornando, e seguindo em frente, já de retorno à casa.

    Assim, ganhei o Domingo. Fiz o que gosto, distrai-me, passeei e conheci lugares os quais ainda não havia ido. Foi uma senhora higiene mental. Também melhorei o estado dos meus pulmões, que vivem numa cidade como o Rio de Janeiro, onde a poluição já saiu do controle, mas as pessoas parecem não tê-lo percebido.

    Agora é preparar para nova epopeia.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 10/01/2017
Código do texto: T5877419
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