RESIGNAÇÃO DIANTE DA DOR. (Reminiscências).

Em l.967, como já mencionamos em artigo anterior, (Homenagem ao casal Ulisséia.), participamos numa das casas lares, onde esta pessoa, costumeiramente prestava sua colaboração. Aos poucos fomos aos inteirando de suas experiências de vida. Ao aposentar-se da Aeronáutica, em plena idade produtiva, - naquele tempo se aposentava com menos tempo de serviço. – preferiu não comportar-se como um aposentado, descompromissado, com qualquer tipo de atividade, que exigisse horário e compromissos. Optou por concluir seus estudos Universitários, se formando Engenheiro Químico (Foi aluno do Prof. Reinaldo Spitzner). Pela sua dedicação aos estudos e sua competência, no que se formou conseguiu colocação numa grande empresa na área de fabricação de papel; segundo suas palavras, a nova atividade lhe rendia um excelente salário, com dedicação exclusiva, “que não tinha tempo para dedicar-se ao espiritismo.”

Quando o conhecemos, já tinha um problema de saúde, que procurava superar com várias atividades no campo do bem. Fazia uma atividade social, dedicado às famílias que moravam em favelas, com a ajuda de sesta básica, até mesmo cortando os cabelos de muitos. Sempre que possível conseguia trabalho e até mesmo documentos pessoais, pois parte desta população tem carência de tudo que se possa imaginar...

Mesmo após o fechamento das casas lares, nossos vínculos de amizade tiveram continuidade, inúmeras ocasiões foi em nossa casa. No início da década de 70 teve agravado o seu problema de saúde; fez várias cirurgias no rosto, ele próprio dirigia seu carro a São Paulo, para fazer as aplicações de quimioterapia. Recursos que naquela época não havia em nossa cidade. Jamais o vi pronunciar uma palavra de queixa diante de um quadro tão complexo que ia minando dia-a-dia sua saúde, aos poucos, limitando os atos de sua vida. Certa ocasião fomos a sua casa como fazíamos costumeiramente, após encerrarmos nossas atividades diárias, quase sempre líamos uma página do livro “Justiça Divina” de Emmanoel, em seguida, aplicávamos um passe; numa das vezes ela nos indaga; - “Saul, você acha que devo fazer mais uma cirurgia?” – Já tinha feito mais de vinte - Diante do meu silêncio ele próprio respondeu:- “mesmo que não adiante muito, servirá de estudos para os médicos que se dedicam a essa especialidade.” Por uma série de fatores, não fomos visitá-lo durante alguns dias, quando lá chegamos, o seu quadro de saúde era de extrema debilidade, não conseguia pronunciar qualquer palavra, apenas fez um gesto solicitando um passe, - sinal que nos reconhecera. - Era uma sexta - feira. No sábado veio a desencarnar, nos parecendo que aquelas horas que anteciparam o seu desenlace, iniciaram um processo de seu desligamento do corpo físico...

Pouco tempo após o seu retorno a pátria espiritual, soubemos que num trabalho mediúnica, em nossa casa espírita, ele através do companheiro Napoleão Araújo, deixara a nos um fraternal abraço. Pois estávamos ausentes naquela ocasião.

Nossas reminiscências de hoje, diante daquilo que presenciamos, ficamos consciente de nossas limitações, ao querermos compreender o porquê do sofrimento, certamente nos resta o consolo, de que muito embora, não possamos entender a sua real causa, mas que certamente é um mal necessário para a emancipação da alma. Na certeza que um dia nos será revelado às causas reais do porque do sofrimento.

Seria o câncer, um processo regenerativo, onde o corpo físico funcionaria semelhante a um catalisador, onde as toxinas do pere-espírito, seriam atraídas para haver um processo de cura do ser eterno?

A Arnaldo Yole de Oliveira, onde estiver que durante o tempo em que esteve conosco, nos deu exemplo de vida; resignação, paciência e solidariedade, onde o amor ao próximo sempre estiveram presente em seus atos. Que Deus o abençoe e cada vez mais ilumine seus caminhos, pois os laços de amizade não se interrompem, com a mudança de plano, prosseguem em outras dimensões, pois quando iluminamos o caminho de alguém, os nossos caminhos também são iluminados...

Colou grau em 17/12/1959 (art. 240).

0174 – Arnaldo Yole de Oliveira – Curso de Engenharia Química

Universidade Federal do Paraná.

Disponível em:

<http://www.cceq.ufpr.br/links/diplomados.htm> acesso: 28/09/2008

Disponível em:

Reminiscências Curitiba, 22 de setembro – de 2008 Saul Hoje é 06/02/17

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