Só sai, não entra

Hoje as pessoas são muito mais informadas e, inclusive, se submetem sem maiores resistências aos exames médicos. Mas há um certo tempo atrás, isso era tabu. Lembro que até o começo dos anos 60 era difícil um marido com pouca instrução consentir que sua mulher fosse examinada por um obstetrícia. Diziam: - Era só o que faltava, eu deixar outro um homem ver e amolgar as partes de minha mulher. Muitas mulheres morreram por causa dessa ignorância. Até os partos só eram feitos pelas parteiras.

Também os homens eram arredios aos exames médicos, sobretudo exames da próstata. O toque retal era algo impensável para a maioria. Diziam, pasme que quem se submetia a "dedada" ficava efeminações e terminava virando boiota, era o que diziam. Juro.

Um desses casos de recusa de se submeter ao toque retal ficou nos anais dos causos engraçados de Pesqueira. Havia um velho muito engraçado e ríspido, que dó falava gritando e discutia com todo mundo, mas tinha umas tiradas engraçadas e as pessoas gostavam dele. O cara teve um problema urinário, uma infecção, então seus filhos se apeiraram e levaram o pai para se consultar no Recife com um urologista famoso. Foi um trabalhão fazê-lo se despir para o exame. Mas conseguiram, aí o especialista explicou a ele que seria preciso fazer o toque retal e explicou como seria. O velho saltou da maçã pegou suas roupas começou a se vestir e gritou arretado da vida como era seu costume: - Doutor, por aí só sai, não entra!

Anos depois morreu, parece que do coração. O caso é verdadeiro. Knté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 04/01/2017
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