PIQUE ESCONDE

Quando eu era criança, existiam diversos jogos para passar o tempo, amarelinha, pular corda, pau pedra tesoura, dentre tantos outros mais, que nem da para contar, mas em particular havia um que eu mais gostava.

Pelo fato de vedar os olhos, com as mãos recostadas na parede ou em uma árvore qualquer.

E tentar encontrar o esconderijo dos meus amigos.

Foram tantas às vezes!

Um dois três...

Lá vou eu!

Esta era a contagem para logo virar e seguir a busca.

O certo era dizer: Te pequei!

Está era a palavra usada quando se achava um amigo nesta brincadeira de se camuflar.

Logo após invertia se os papéis. E era a vez dele contar.

Até que um dia paramos de brincar, passou tão rápido que; perdi a noção do ontem.

O tempo seguiu tão depressa, quase não percebi a mudança. Mas tudo mudou!

Hoje adulto, fico a querer contar novamente recostado em algum lugar, para achar os amigos que perdi pelo caminho.

Hoje procuro, e não os encontro mais, eles sumiram pela vida,sem ter Nenhuma notícia.

Ou quem sabe, fui eu que me escondi tão bem, que seja difícil de me achar.

Outro dia, por sorte, encontrei um destes amigos de infância, quase sem querer.

Foi difícil de acha-lo, pois mesmo à minha frente tinha se escondido em outra fisionomia, na transformação do tempo!Estava muito diferente, de difícil identificação. Tinha um cabelo na face que antes não existia!Deduzi quem era pelo olhar

Então perguntei!

Meio sem jeito, e com o sorriso tímido, confirmou!

Ele custou a reconhecer, e eu também tinha mudado e nem tinha dado conta disto

Queria dizer, tá contigo, agora e sua vez!

Mas, ele não entenderia nada!

Conversamos muito pouco, e os assuntos foram outros.

Perdemos a antiga intimidade infantil!

Lembramos-nos de amigos que há muito tempo não víamos.

Mas, não lembrávamos mais dos seus nomes,se transformaram em termos:

Fulano, beltrano, cicrano!

Onde identificávamos pela vaga lembrança das fisionomias peculiares de cada um.

Muito tempo havia se passado!

Apenas gesticulávamos a cabeça em um balançar de negatividade como resposta.

Não fazíamos nenhuma ideia, onde estariam. Enfim, nos despedimos.

E continuei caminhando, lembrando-me de tantos outros.

Pura nostalgia!

Quem sabe um dia encontre com mais alguém,assim como por encanto, ou quem sabe quantos não passaram por mim sem que os reconhecesse, e nem me desse conta.

Esta é a vida, aonde o destino insiste em continuar com este interminável jogo de “pique esconde” na trajetória dos nossos dias, com pessoas que encontraremos por acaso talvez, e outras que nem veremos mais.

Continuarei brincando!

Um, dois, três...

Lá vou eu!

(Autor: George Loez)

(Do meu livro: Escultor de Frases)

(Do livro: Escultor de Frases)

(Uma Resposta para o Mundo)

(Autor: George Loez)

George Loez
Enviado por George Loez em 03/01/2017
Reeditado em 10/04/2020
Código do texto: T5871102
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