O CRIME DO METRÔ
Para que tanto sensacionalismo? O cidadão de bom senso simplesmente mudaria de canal.
E até ousaria dar um conselho aqueles supostos assassinos. Se não quiserem pegar uns 30 anos no Júri, troquem de advogado. Nunca ouvi tanta asneira na boca de um profissional.
Só enfrentei três júris. Mesmo assim, sem auferir nada.
Só consegui uma absolvição. Nesse foi interessante e peculiar.
Numa pequena cidade – vou preservar o nome – só havia dois advogados. Aliás, um que era militante e eu que não advogava, mas tinha a OAB. Na ocasião era gerente do BB. Num júri já marcado, o colega designado , no dia do julgamento, indo para o Fórum , sofre pequeno acidente. Telefona-me para substitui-lo. Como já sabia da história, conhecia o réu já idoso que tinha assassinado um estranho que vivia assediando sua jovem esposa.
Quando olhei para os sete jurados fiquei até um tanto sem jeito. Todos clientes do banco e deviam-me favores.
Não disse nada nem demonstrei contentamento.
O réu foi absolvido por sete a zero.
O promotor que era de outra comarca, tampouco recorreu.
Passados uns dias, o réu absolvido trouxe-me uma leitoa assada de presente. Saboreei com satisfação.