Ligou a setas para a esquerda. Engrenou marcha e pisou lentamente no acelerador. Afastou-se cuidadosamente da cidade grande, e meia hora depois, já estava na estrada do sítio de Alice Nassif, propriedade que outrora, pertencera ao senhor José amigo do governador do Estado.
Na aba da serra, orquídeas e bromélias, modificam o tom verde da paisagem com arranjos florais de variadas cores. Cai do galho que avança a faixa asfáltica, um minúsculo sagui. Atropelado, agoniza. Grita. E seu grito não alcança os ouvidos da floresta.
— Devagar. Pegue a vicinal. Faltam só dois quilômetros.
— O sítio de Alice é perto assim?
— Hora e meia. O tempo parece pouco, quando a companhia é muito boa.
— Chegamos...
A casinha branca no pé da serra guarda uma ponte, bem no pongo do córrego, onde a princesa Mariana, outrora se banhava. Lá embaixo, lambaris deslizavam nas águas cristalinas do ribeiro. Fora da baia, o garanhão negro cobre uma égua no cio.
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Adalberto Lima - trecho de Estrada sem fim...
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