Amigo que é amigo... é até pra essas coisas
Quando tinha dois anos meu filho Caio ganhou de meu irmão Carlos um filhote de vira-lata muito simpático e brincalhão. O cachorro ficou comigo na separação que ocorreu naquele mesmo tempo. Na verdade ficou não foi o termo mais adequado... mas isso é um outro assunto, não menos fértil mas, de fato, outro.
Certa vez, me atrasei pro almoço. Ao chegar em casa, enquanto reunia os condimentos para a comida do "cachorro" (pois ele nunca ganhou um nome), constatei que não havia tempo suficiente para fazer o almoço dele e o meu. Mas ainda assim continuei, mecanicamente, preparando a carne moída com fubá, como era de praxe, até que começasse soltar aquelas bolhas grandes, características das polentas. Consultei o relógio e ai sim, veio a realidade absoluta: Teria que voltar sem almoço...
Enquanto despejava a comida do cão na vasilha própria o aroma exalou com mais intensidade. Foi então que parti para uma atitude visceral e disse-lhe: "Desculpa aí, amigão! Hoje a ração vai ser pela metade..."