Posse de prefeito

Ontem, por um motivo desses sem motivo, estive em Laranjeiras, na Câmara Municipal, onde pude ver os vereadores tomando posse. Depois, houve um intervalo e, como a sala estava superlotada, preferi sair um pouco e não vi o prefeito ser empossado. Alguém pode até dizer que eu não teria coisa alguma a ver com essas posses. Pois, bem que tenho, Laranjeiras é um município sergipano e eu sou sergipana de Aracaju. Laranjeiras é uma pequena cidade, de muita história e valor cultural e que mereceria a atenção de todo o estado a que pertence, como também do país. Um cidadão é cidadão em qualquer parte que esteja no território nacional. Penso que nem preciso justificar minha presença nesse lugar. Durante o tempo em que estive na sala acompanhei toda a movimentação das posses dos vereadores e vereadoras. Em alguns momentos eu me senti naquela ocasião da votação do impeachment de Dilma. Os empossados capricharam nos agradecimentos a Deus, à família e todos os seus componentes e mais os amigos. Não me recordo de ter ouvido o termo eleitor, mas este lá estava, vibrante, aplaudindo seus eleitos. Tudo bem. Aproveitei o intervalo e saí da sala, mas já ciente de que não retornaria para ver o novo prefeito. De toda maneira, do lado de fora estava muito bom, com mais ventilação natural e pessoas que não puderam entrar, mesmo porque não caberia mais uma agulha naquele palheiro. Fiquei naquela espécie de calçadão onde muitos eleitores apaixonados entravam em frenesi quando o prefeito vinha acenar para eles. Havia uns três bêbados mansos abanando os braços, gesticulando na direção do sobrado. Crianças, senhoras, senhores, todos ali, parecia uma pequena festa de natal. Mais para lá, a igreja toda iluminada reinava na paisagem. Na calçada estava uma banda de música esperando o momento em que o “noivo” já estivesse oficialmente casado com a “noiva”, dona prefeitura. Ah, isto sim, eu queria ver e ouvir, a banda de música. Fiquei pelos bancos observando alguns sobrados, uns em bom estado de conservação, como é o caso do que fica colado à Câmara, e onde funciona o Banco do Nordeste. Outros em pleno estado de decomposição. Que lástima perceber que toda aquela beleza de arquitetura secular não tem merecido tanta atenção por parte de muitos laranjeirenses...que lástima mesmo... enfim, o grande momento por mim esperado chegou, a banda, seguindo para a esquina que dá para a praça da igreja saiu tocando lindamente. E eu, celular posicionado, consegui filmar aquela maravilha. Parabéns para os músicos laranjeirenses.