Saudades

Dia 31 de dezembro de 2016. Após uma boa ceia ali pelas 23h30, eu e meu filho Luciano ficamos esperando pela passagem do ano. E às 23h55 começou a soltura dos fogos. Creio que todos os que participam desse evento estão agradecendo a Deus por tudo o que alcançaram no ano de 2016, e também, tendo fé no Novo Ano.

Então, de nosso portão, vimos muitos fogos coloridos enchendo os céus de cores muito bonitas. Foi um belo espetáculo.

Fomos dormir por volta da 1h00 daquele 1º dia de janeiro não sem antes, também, agradecer a Deus tudo o que pedimos a Ele (e olhem que foi muito que eu pedi a Ele, e fui atendido).

Mas despertei com o meu filho, às 7h00, me trazendo o rádio até perto de mim. Ele havia captado uma seleção de valsas brasileiras. Muitas músicas antigas, verdadeiras pérolas da nossa música. E eu acordei ouvindo Saudades de Matão. Depois vieram as valsas Clube XV, Bodas de Prata, Saudade de Ouro Preto, Fascinação.

Então, como num passe de mágica fui transportado ao meu tempo de criança, isto ai por 1941, eu com 7 anos, quando o meu pai me levava ao Bar do Tico, que ficava na Rua Pereira Lima, esquina com Sales de Oliveira. Local onde se reuniam muitos ferroviários da Cia Mogiana de Estradas de Ferro, todos companheiros de serviço do meu pai.

E o mais importante ali era o fato de virem vários músicos, isto em todos os domingos de manhã. Tinha três sanfonas: do Sr. Angelim Santim, do Sr. Hernesto Segaglio, e do Sr. Carlos, que era sogro do dono do bar. A esses se juntavam o Joaquim Garganta, com o seu clarinete, o dono do bar com sua flauta, o Sr. João Torino com seu bandolim, que também tocava muito bem cavaquinho. Ainda tinha o Valdemar, um mestre no violão, e noutro violão o Bepe barbeiro. Era uma festa para mim que sempre gostei de música.

Então juntava muita gente para ouvir as valsas que hoje quase ninguém conhece. Aqueles músicos compunham uma verdadeira orquestra. Muitas vezes um tocava sozinho, como o senhor Joaquim Garganta cujo clarinete “falava” em suas mãos. E as valsas que o senhor Angelim Santim tocava antes de todos os músicos chegarem.

Num dia, para mais abrilhantar as músicas apareceu o Pororóca, que tocava banjo. Que era muito famoso em Campinas. Até o senhor Luiz Andreaze apareceu com sua sanfona marrom, muito requisitado, pois tocava na PRC-9, a Rádio Educadora de Campinas, em vários programas.

Então eu me lembrei de que ter saudades de coisas positivas é vivenciá-las outra vez.

Um grande ano de 2017 a todos.

Laércio
Enviado por Laércio em 02/01/2017
Reeditado em 02/01/2017
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