Então é 2017
Chegamos então a mais um final de ano, de um ano que foi enorme e já não consigo mais identificar o que houve mês passado e o que houve no ano passado.
Aconteceu bastante coisa, nossa, quanta coisa!
Sou enfim uma universitária, aprendi a me aceitar como uma pessoa solitária e não carente. Eu gosto do meu silêncio e provei para mim mesma que isso não é uma falha ou um problema. Há um ano atrás estava eu fazendo uma lista de coisas para esse ano. Não sei onde foi parar mas lembro de algumas coisas, lembro que queria ser mais paciente esse ano, isso funcionou. Nunca aguentei tanta coisa calada, nunca pensei tanto antes de falar, como fiz nesse ano. Nunca fiz tantas avaliações em meu comportamento como fiz nesse ano e nunca me senti tão certa de mim.
Lembro que em algum tópico eu disse que seria mais sincera comigo mesma, aparentemente isso funcionou. Parei de alimentar ilusões que eu sabia que eram ilusões. Provavelmente o fato de me aceitar como uma pessoa que gosta de estar só me deixou feliz o suficiente para deixar que essas ilusões morressem de fome.
Outra coisa que me lembro é de que eu seria verdadeira comigo mesma, pensando bem agora isso resolve com a aceitação no penúltimo tópico e com a sinceridade do tópico anterior a esse.
Eu pretendia fazer algum exercício físico esse ano e emagrecer alguns kg para diminuir a neurose. Infelizmente a gente não cumpre tudo que pretende, então esse fica para o próximo ano.
Não lembro se tinha outros tópicos, mas lembro em especial do último. No último tópico eu dizia que seria feliz independente de dar certo ou não os outros tópicos. Em relação a isso posso dizer que acertei em cheio. Nunca tive um ano de tantos ganhos e perdas. Felizmente as maiores perdas eram ilusões da minha cabeça, aparentemente consegui bastante espaço quando as deixei morrer de fome.
Nesse ano abri espaço para 3 novos amigos que já estavam comigo ano passado, mas que esse ano fizeram com que eu fosse realmente feliz em dezenas de momentos. E olha que nunca nos tocamos. Esse ano também descobri uma paixão, certamente é uma daquelas ilusões, só que essa eu gosto de alimentar e vou continuar até que não me interesse mais. Eu poderia fazer uma nova lista, eu talvez deveria anotar o que eu vou fazer ou o que eu quero, mas certamente as coisas vão acontecer quando tiverem. Porque tudo não passa de um acaso, estamos aqui por um acaso e se existir um propósito maior eu ainda não conheço. Termino o ano um pouco mais velha, um pouco mais cansada, um pouco mais nem aí. E nem sempre isso é uma coisa boa. Mas isso não quer dizer que desisti, apenas quer dizer que não tenho mais pressa. Aquela urgência do tudo para hoje ficou para amanhã, aquela crise de idade ficou para amanhã e enquanto houver amanhã continuarei a deixar as coisas ruins lá.
Tenho os melhores amigos que eu poderia querer, tenho meu futuro planejado e tenho um presente onde me conheço como nunca. Isso é bom, eu espero que seja. Se não for vou descobrir daqui a um ano quando eu estiver fazendo essa avaliação novamente.
Quem garante que eu ainda vou estar escrevendo até lá? Ninguém é claro, mas vamos descobrir.
Esse ano enorme e conturbado se encerra com uma simplicidade absurda e durante a contagem regressiva estarei com um sorriso de adeus. Mas aquele adeus com gosto de obrigada por tudo.