O melhor "foda-se"
Diga foda-se com mais frequência, de preferência um foda-se budista, de quem realmente não se abala pelo que não vale a pena.
Diante do mau humor, da indiferença e do egoísmo de muitos, diga um sincero foda-se.
Repare bem: o melhor foda-se é aquele que não altera os batimentos cardíacos, é o foda-se sereno e silencioso de quem não permite ser contaminado.
Mas também é o foda-se inflexível em sua determinação de encerrar o que nos é prejudicial, abrindo espaço para que possamos investir nosso tempo e energia no que é bom para nós e para os nossos.
O foda-se tem muito mais a ver com indiferença do que com irritação. Se digo foda-se, não me importo, tanto faz para mim.
Mas pense bem antes de dizer foda-se a alguém, mesmo que silenciosamente, pois amanhã poderá se arrepender e talvez receba de volta o foda-se que proferiu ou desejou (e certamente muito mais sincero e sonoro!). Porém, se isso ocorrer, há um remédio, diga foda-se novamente (se conseguir; se não conseguir, diga foda-se ao seu erro e conforme-se).
De qualquer forma, diga foda-se, ao tempo perdido, ao amor perdido, ao emprego perdido, à ingratidão, à desilusão, aos erros cometidos. Um foda-se sereno e sincero de quem sabe encerrar ciclos. Porém há ciclos que não podem ser encerrados, que são parte de nós. Esses não merecem nenhum foda-se, evidentemente.
Diga foda-se, esvazie a taça para que ela possa ser enchida novamente.
Tim-tim!